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O Enigma da Moenda de Ferro - Um Tesouro Perdido da Siderurgia Brasileira

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por Redação 360
| 12/09/2023 | Atualizado em 27/09/2023 5 min
Imagem reproduzida de Karime Xavier, Folhapress via Folha – UOL

O Enigma da Moenda de Ferro - Um Tesouro Perdido da Siderurgia Brasileira

por Redação 360 | 12/09/2023 | Atualizado em 27/09/2023
Imagem reproduzida de Karime Xavier, Folhapress via Folha – UOL
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Nota: Antes de falar sobre a moenda de ferro perdida, queremos compartilhar uma informação de mercado! No final de 2023, data de atualização desse texto, os contratos do minério de ferro caíram devido. A demanda de aço mais fraca e desafios no mercado imobiliário chinês preocupam os investidores. Além disso, outros ingredientes de fabricação de aço, como carvão metalúrgico e coque, também registraram quedas significativas. A fraqueza contínua do mercado imobiliário afeta o mercado de ferrosos, e a maioria das empresas não planeja reabastecer produtos de aço devido às perspectivas de demanda desfavoráveis.


Essa história que trazemos para o Engenharia 360, primeiro narrada no jornal Folha de São Paulo, se ferere à um enigma de mais de 52 de história. Tudo começa em 1841, quando uma moenda de ferro, ou melhor, de cana feita de ferro foi produzida no Brasil. Essa peça possui grande significado histórico e industrial, considerada como "relíquia da siderurgia", simbolizando a transição da madeira para o ferro na produção de moendas e representando a importância da agroindústria açucareira no país. Só que ela simplesmente desapareceu.

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O professor de metalurgia Fernando Landgraf, da Escola Politécnica da USP, tomou para si essa missão de descobrir onde foi parar a relíquia, mesmo com poucas pistas de seu paradeiro. Continue lendo para saber mais!

moenda desaparecida
Fernando Landgraf, da Escola Politécnica da USP | Imagem reproduzida de Karime Xavier, Folhapress via Folha - UOL

A importância histórica da moenda de ferro procurada

Como dito antes, essa moenda de ferro fabricada em 1841 é muito importante para a história da Engenharia Brasileira. E não apenas por ser uma peça antiga, mas por ser a a mais antiga moenda de cana feita de ferro produzida no país. Pode-se dizer que ela representa um marco na transição da madeira para o ferro na indústria açucareira, proporcionando maior resistência e eficiência na produção de açúcar, um setor crucial na economia nacional.

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lto forno da Real Fábrica de Ferro de Ipanema | Imagem reproduzida de Rubens Hardt via Wikipédia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Fundi%C3%A7%C3%A3o_Ipanema#/media/
Ficheiro:Fornos_de_fundi%C3%A7%C3%A3o.jpg
moenda desaparecida
Imagem reproduzida de Folha - UOL

Essa relevância histórica foi o que motivou, óbvio, a busca pela moenda. Além disso, depois se descobriu que ela foi um dos objetos mais sofisticados fabricados pela Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, que era localizada próximo a Sorocaba, São Paulo. Essa região foi o berço das siderurgias no país. Mas especialmente a Real Fábrica foi a única indústria desse ramo que funcionou praticamente de modo ininterrupto no século XIX, produzindo milhares de toneladas de ferro fundido e forjado, incluindo canhões, ferramentas agrícolas, arames, pregos e moendas.

Essa produção ganhou impulso a partir de 1808, quando Dom João VI permitiu o estabelecimento de fábricas e manufaturas no Brasil. E a visita de Dom Pedro II em Ipanema a partir de 1840 também contribuiu para o desenvolvimento industrial nesse ponto de São Paulo. Por isso é que seria muito interessante ter essa relíquia descoberta para estudo da ciência atual. Contudo, não se sabe onde ela se encontra desde os anos de 1970.

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Os guardiões da moenda ao longo dos anos

O professor Fernando Landgraf, da Poli, como dito antes, é quem está conduzindo a busca pela relíquia produzida em 1841. Ele começou suas investigações em 2020, quando teve acesso a um artigo sobre a exposição de 1954 no Quarto Centenário da cidade de São Paulo. Vale destacar que nos primeiros documentos estudados, inclusive do Rio de Janeiro, não havia qualquer menção com relação à moenda de ferro.

Sabe-se agora que a peça estava de propriedade de Antônio Pereira Ignácio, um imigrante português, que doou ao Museu do Ipiranga no ano de 1920. Na época, o museu era administrado por Afonso Taunay, que por sua vez a emprestou em 1954 para uma exposição no Parque Ibirapuera. Após a exposição, a moenda não retornou ao Museu do Ipiranga, e a razão para isso é desconhecida.

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O último registro documentado da moenda foi uma foto tirada em 1971 por Paulo Varela, estagiário do planetário para onde o acervo da ciência havia sido transferido após a exposição. Após 1971, não há mais rastros da moenda nos registros pesquisados pelo professor Landgraf e sua equipe.

moenda desaparecida
Imagem reproduzida de Paulo Varela-1971-Acervo pessoal, Folha - UOL
moenda desaparecida
Imagem da Moenda desaparecida | Imagem reproduzida de Folha - UOL via Folha - UOL

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A hipótese mais provável para o desaparecimento da moenda

Mas, afinal, onde foi parar a moenda? Bem, a hipótese mais provável para seu desaparecimento parece não envolver roubo e venda como sucata, pois o ferro fundido, material da moenda, é considerado barato e pouco atrativo para furtos. No entanto, como se sabe, o paradeiro da moenda permanece desconhecido há mais de 50 anos

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Publicação sobre a moenda no Jornal do Museu de Ciência | Imagem reprodução MC via USP

A busca pelo Santo Graal da Siderurgia brasileira continua inconclusa, com poucas pistas sobre seu destino. Se você sabe de alguma informação, entre em contato com o professor Fernando Landgraf e sua equipe da USP!

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Fontes: UOL.

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