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Estudo revela novo tipo de madeira com capacidade única de sequestrar carbono

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por Redação 360
| 15/08/2024 3 min
Imagem divulgação via CicloVivo

Estudo revela novo tipo de madeira com capacidade única de sequestrar carbono

por Redação 360 | 15/08/2024
Imagem divulgação via CicloVivo
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O mundo vive hoje o drama de lutar contra as mudanças climáticas; e faz-se cada vez mais urgente diminuir as emissões de carbono e a degradação ambiental. Enfim, a equação é simples: manter as florestas e as matas de pé! E olha que interessante, um grupo de pesquisadores da Polônia descobriu que a madeira proveniente das tulipeiras pode ser a chave para um futuro mais sustentável do nosso planeta. Contamos essa história no artigo a seguir, do Engenharia 360!

A descoberta inovadora

Recentemente, cientistas da Universidade Jaguelônica, na Polônia, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram o resultado de um estudo em conjunto cuja descoberta foi um novo tipo de madeira. O material, proveniente de árvores conhecidas como tulipeiras seria capaz de "sugar", de forma eficaz e natural, o dióxido de carbono da atmosfera, como se fosse uma esponja. E isso, em tese, poderia abrir um leque de possibilidades para o combate das mudanças climáticas.

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Em princípio, se entendeu que realizar o plantio estratégico de tulipeiras em larga escala pode ser uma estratégia eficaz para sequestrar carbono da atmosfera e reduzir o efeito estufa.

madeira de tulipeiras
Imagem de Wikipedia Common reproduzida de Terra
madeira de tulipeiras
Imagem de Jan J Łyczakowski e Raymond Wightman reproduzida de Olhar Digital

Os dados que confirmam essa teoria foram coletados em análise de estrutura microscópica de uma amostra de madeira (tipo intermediário, nem duro, nem macio) presente, então, nas árvores do gênero Liriodendron. Mais precisamente, a arquitetura em nanoescala das paredes celulares das tulipeiras. Para isso, os pesquisadores utilizaram um microscópio eletrônico de varredura de baixa escala (crio-SEM).

A evolução da madeira das tulipeiras

O gênero Liriodendron pode ser de vários tipos, mas os estudiosos se concentraram na tulipifera e chinense - ditas como parentes das magnólias. Esses podem ultrapassar 30 metros de altura e podem ser facilmente encontrados em projetos de paisagismos ornamentais.

Vale destacar que as tulipeiras se originaram em um período da história da Terra, há 30 e 50 milhões de anos, em que houve uma redução drástica nas concentrações de carbono na atmosfera e um aumento no dióxido de carbono. Quer dizer que provavelmente, nesse tempo, aconteceu uma adaptação evolutiva que pode ter impactado as espécies, exigindo delas um armazenamento de carbono mais eficiente, essencial para sua sobrevivência.

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O que aconteceu, em termos biológicos, é que a planta teria adquirido uma superpotência de captura de carbono por conta de sua estrutura microscópica. Ela teria ficado nem mole nem dura demais ("madeira acumuladora"), com fibras longas e organizadas em camadas (macrofibrilas) - maiores do que encontradas em outras árvores de madeira dura -, ideal para a captura e armazenamento de carbono.

madeira de tulipeiras
Imagem de Jan J Łyczakowski e Raymond Wightman reproduzida de Superinteressante

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Aplicações da madeira e o futuro da silvicultura

A pesquisa europeia só comprovou o que os países do Leste Asiático já sabiam, que as plantações de Liriodendron podem reter carbono de forma eficiente. Agora, essa prática pode ser expandida globalmente em áreas afetadas pela degradação ambiental, já que as tulipeiras possuem características que beneficiam a restauração de ecossistemas. Isso revolucionaria a indústria da silvicultura, especialmente no contexto da criação de florestas plantadas.

Para finalizar, a madeira das tulipeiras pode ser utilizada em aplicações industriais, dado seu potencial único de crescimento rápido. Por exemplo, na produção de produtos como móveis e até biocombustíveis, sempre com um impacto ambiental menor.

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Fontes: Olhar Digital, CicloVivo, Superinteressante.

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