Engenharia 360

Qual é a importância do Lean Seis Sigma para o combate à Covid-19?

Engenharia 360
por Samira Gomes
| 09/06/2020 3 min

Qual é a importância do Lean Seis Sigma para o combate à Covid-19?

por Samira Gomes | 09/06/2020
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A chegada do novo coronavírus ao Brasil, desde o primeiro caso registrado em fevereiro, afetou não só as atividades econômicas (impactando o comércio e a produção industrial), mas sobretudo o sistema de saúde. E, diante desse novo cenário, soluções eficazes têm sido procuradas na tentativa de driblar os desafios que estão sendo enfrentados pelas organizações de saúde. Uma dessas soluções é a metodologia Lean Seis Sigma.

O que é Lean Seis Sigma?

O termo Lean Seis Sigma surgiu da junção de duas metodologias. A primeira, conhecida como Lean Manufacturing (manufatura enxuta), trata-se de uma filosofia que busca eliminar processos e atividades que não agregam valor ao cliente, a partir da análise de 8 principais desperdícios da linha de produção: Transporte, Estoque, Movimento, Espera, Superprodução, Defeitos e Habilidades. Enquanto a última, denominada Seis Sigma, visa implementar melhorias nos processos internos de uma empresa, a fim de reduzir a variabilidade nos resultados, diminuir os custos de operação e aumentar os lucros da organização.

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A integração da rapidez e eficácia do Seis Sigma com a melhoria contínua e eficiência do Lean Manufacturing deu origem ao Lean Seis Sigma, uma abordagem de gerenciamento combinada que tem como objetivo alcançar e sustentar o sucesso de um negócio. Desse modo, o Lean Seis Sigma pode ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus. Por meio da aplicação das suas ferramentas, a gestão enxuta pode ser aplicada em hospitais, com o intuito de otimizar o processo de salvar vidas.

imagem de gráfico lean seis sigma
Foto: actioconsultoria.com

Lean Seis Sigma vs Covid-19

É comum relacionar o Lean Seis Sigma apenas ao chão de fábrica. Entretanto, essa metodologia também é aplicada em hospitais por gestores da área da saúde. Atualmente, com recursos humanos e materiais sobrecarregados por conta dos inúmeros casos de Covid-19 no Brasil, a dedicação e organização destes são medidas necessárias para reduzir o desperdício de tempo das equipes da linha de frente, em ações que não acrescentam valor para o que realmente é relevante: cuidar dos pacientes infectados pelo vírus.

Na gestão Lean, processos têm resultados melhores quando há uma padronização do trabalho. Nesse sentido, explicitar aos profissionais envolvidos o que realmente deve ser feito (fluxos de processos), através de quadros de gestão visual, por exemplo, é um meio de agilizar atendimentos nos hospitais e melhorar a segurança dos pacientes.

médica fazendo anotações
Imagem: souccar.com

Além disso, equilibrar a carga de trabalho dos profissionais da equipe, desburocratizar processos, estimular a comunicação, incentivando continuamente oportunidades de melhoria, são métodos da gestão Lean para impedir a superlotação dos hospitais e oferecer uma melhor experiência aos enfermos.

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Problemas de macrofornecimento de equipamentos para ventilação mecânica, testes, álcool em gel, luvas e máscaras também cresceram, devido à alta demanda. Ferramentas da mentalidade enxuta como sistema puxado, reposição sinalizada por kabans (sistema de controle de produção que usa cartões coloridos para controlar a realização de tarefas) com ciclos rápidos de abastecimento, e aplicação de PCP (Plano de Capacidade Plena que determina ações emergenciais para situações de alta demanda) podem contribuir com o fim dos gargalos na distribuição desse recursos onde necessário, e atualmente são utilizadas para fornecer insumos e medicamentos em hospitais.

A disseminação dessas práticas ainda não chegou a todas as organizações de saúde do Brasil. No entanto, a metodologia enxuta já está presente em alguns hospitais conhecidos — como o Albert Einstein e Sírio-Libanês —, e faz parte de uma iniciativa do Ministério da Saúde conhecida como "Projeto Lean nas Emergências", desde 2018, que busca aplicar essa metologia para reduzir as lotações nas emergências.

Você acha que o Lean Seis Sigma pode melhorar o sistema de saúde brasileiro? Compartilhe sua opinião nos comentários, engenheiro (a)!

Leia também: Engenheiro Seis Sigma: qual o diferencial desse profissional?

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Fonte: Época Négocios

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Samira Gomes

Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.

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