Nota: O presidente da Petrobras em 2023, Jean Paul Prates, anunciou planos de expandir os negócios de óleo e gás da empresa, referindo-se ao aumento da demanda por embarcações.
Durante o lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ele declarou que a Petrobras encomendará 25 novos navios e 26 projetos de descomissionamento. Além disso, destacou a contribuição da Petrobras para o PAC, com investimentos previstos de R$ 323 bilhões em 47 projetos estatais. Prates também mencionou a entrada da empresa no mercado de óleo vegetal, a responsabilidade ambiental nas atividades exploratórias e a busca por reconexão com países vizinhos, como Bolívia, Colômbia e Argentina.
FPSO é um navio de produção e armazenamento de petróleo usado em operações offshore. Ele é, hoje, fundamental para a indústria de petróleo e gás e amplamente utilizado em todo o mundo. Neste texto do Engenharia 360, vamos explorar o que é um FPSO, por que é tão importante para a economia global e quais são os desafios associados à sua operação.
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O que é um FPSO e como funciona?
FPSO é a sigla para Floating Production, Storage and Offloading, que significa unidade flutuante de armazenamento e transferência. Trata-se de uma unidade de produção e processamento de petróleo e gás conectada a vários poços por meio de Manifolds.
O FPSO é uma tecnologia que mudou a indústria do petróleo em águas profundas e se tornou uma das tecnologias mais importantes para a produção de petróleo e gás em alto-mar.
A saber, originalmente, os FPSOs eram navios petroleiros modificados para ter novas funções e capacidades produtivas. Hoje, os FPSOs são construídos a partir de um navio-tanque e em cima dele são montados módulos de produção. E, nesse caso, o óleo é tratado em secadores e separadores de sedimentos e levado para os tanques para aguardar o navio aliviador.
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Vale ressaltar que existem diversos módulos no FPSO, como o módulo de tratamento de água, o módulo de utilidade, o módulo de geração de energia elétrica e o módulo de tratamento de gás H2S.
Ainda quanto ao módulos, podemos citar: o módulo de separação multifásica, que separa por gravidade a água, o óleo e o gás; o módulo de secagem e compressão de gás, que pode injetar o gás na formação, utilizá-lo como combustível para a geração de energia elétrica ou enviá-lo para o continente; o módulo de tratamento de água, que trata a água para ser utilizada para refrigeração, geração de vapor ou injeção na formação; e os módulos de utilidade, geração de energia elétrica, e tratamento de gás H2S, entre outros. Além disso, existem áreas de acomodação para a tripulação e operadores.
Qual o papel do Brasil no mercado de FPSOs?
Exclarecendo, os FPSOs são unidades flutuantes utilizadas para o processamento e produção de petróleo e gás em alto-mar, sem a necessidade de instalações fixas como plataformas. No Brasil, a tecnologia dos FPSOs se desenvolveu em função de profissionais especializados, que lideraram o estabelecimento de normas e regulamentações para que os navios petroleiros fossem convertidos em autênticos sistemas de produção. Hoje, nosso país é o maior operador de FPSOs da indústria mundial e detém a maior expertise nesse segmento.
Os FPSOs são construídos a partir de um navio tanque, ao qual são adicionados módulos de produção que realizam o tratamento e a produção de petróleo e gás. As unidades são conectadas a vários poços por meio de manifolds, equipamentos montados no leito marinho que interligam as linhas de produção e injeção nos poços. Os FPSOs também têm a capacidade de armazenar petróleo e gás em seus tanques, sem a necessidade de instalações de oleodutos.
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Como a tecnologia dos FPSOs tem evoluído no mundo?
Os FPSOs têm evoluído ao longo dos anos, com o desenvolvimento de novas tecnologias, equipamentos e sistemas de segurança. No futuro, espera-se que os FPSOs sejam utilizados para a produção de energia eólica flutuante, por meio da instalação de parques eólicos offshore conectados às unidades, que poderá produzir hidrogênio verde (H2) e amônia (NH3) para serem armazenados e levados para o continente.
Com a transição energética para fontes renováveis, os FPSOs terão um papel importante na produção e armazenamento dessas fontes de energia, uma vez que são unidades flutuantes capazes de operar em alto-mar e armazenar grandes quantidades de energia.
Na acomodação, onde os profissionais fazem suas refeições e dormem, também há o módulo do carretel da mangueira de Offloading. No futuro, a energia eólica flutuante pode ser uma possibilidade para os FPSOs. Nessa hipótese, um FPSO seria conectado ao parque eólico offshore, com os combustíveis armazenados em seus tanques, de onde seriam levados para o continente.
Como funciona a produção e armazenamento de petróleo e gás em um FPSO?
Como dito antes, os FPSOs são construídos a partir de um navio-tanque e têm módulos de produção montados em cima dele. O casco dos navios que servem de base para os FPSOs é reutilizado, mas os novos FPSOs estão sendo construídos em cascos especiais para a função que precisam desempenhar, o que colabora para uma maior capacidade de armazenamento no convés ou no deck e oferece um maior preparo para receber os módulos de produção.
Na sequência, os equipamentos de Topside do FPSO fazem o tratamento e produção do petróleo e do gás. Aliás, os módulos dos FPSOs são projetados de acordo com as especificações do óleo e gás. O primeiro módulo e o módulo de separação multifásica separam por gravidade a água, o óleo e o gás. Logo em seguida, vem o módulo de secagem e compressão de gás. O óleo é tratado em secadores e separadores de sedimentos e levado para os tanques para aguardar o navio aliviador.
Quais as vantagens e desvantagens de usar um FPSO?
Existem várias vantagens em usar um FPSO em comparação com outras formas de produção de petróleo e gás offshore. Em primeiro lugar, os FPSOs são flexíveis e podem ser realocados para novos campos assim que a produção de um local específico diminuir. Em segundo lugar, os FPSOs são geralmente mais rápidos de instalar e menos caros do que plataformas offshore fixas. Em terceiro lugar, os FPSOs não exigem a instalação de infraestrutura submarina extensa, como tubulações e umbilicais, o que pode reduzir significativamente o custo de um projeto.
No entanto, também há vários desafios e riscos associados à operação de FPSOs em águas profundas. Esses incluem riscos ambientais, como vazamentos e derramamentos de petróleo, bem como riscos operacionais, como danos ao FPSO causados por condições climáticas extremas. Além disso, os FPSOs exigem manutenção e inspeção regulares para garantir sua operação segura e eficiente, o que pode ser desafiador em ambientes de águas profundas onde o acesso é limitado.
Apesar dos desafios associados à sua operação, os FPSOs são uma tecnologia crucial na indústria offshore de petróleo e gás e são amplamente empregados em todo o mundo. Não deixe de compartilhar este texto do Engenharia 360 com quem possa se interessar!
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Fontes: Petrobras, Serviço em Destaque, OMEL.
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Eduardo Mikail
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