Existem diversas formas de pensar a cidade. Ela pode ser interpretada como um tecido, um livro histórico e também um ser vivo: nasce, cresce e se transforma. Tal forma de olhar a cidade desperta ao espectador um olhar crítico sobre a forma, a arquitetura e a engenharia urbana. O traçado urbano não é nada mais do que o modo em que a sociedade se organiza no espaço a partir do elemento primordial: o lote.
Em um país com tantos problemas de infraestrutura e uma legislação precária, não é raro ver os traçados urbanos sendo perdidos por ocupações irregulares e por um governo ausente. Até mesmo o famoso traçado da cidade de Brasília, projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, sofreu modificações e hoje se encontra comprometido: prédios comerciais se instalaram em bairros residenciais, as demarcações dos lotes foram desintegradas e a modernidade sucumbiu ao subdesenvolvimento.
Esses problemas, no entanto, não são exclusividades do Brasil. Os países da Europa, por exemplo, precisaram repensar o urbanismo no século passado para atender a infraestrutura que a tecnologia carecia. Os problemas ficaram presos em um dilema: como conciliar as cidades históricas com a modernização e preservação da cultura? Logo, diversas escolas surgiram para entender esse fenômeno, entre elas a italiana e a francesa.
Interpretando a cidade
Essas escolas buscavam entender o funcionamento das cidades e só foram conciliadas em uma ciência muito tempo depois. Dessa forma, a cidade passou a ser pensada em sua forma mínima (o lote) e definida com algumas comparações relevantes:
- O tecido: a cidade pensada dessa maneira traz uma ideia de conectividade e interação. Tudo está conectado. A cidade se tornou o ponto de encontro e de efervescência social.
- Um livro: a cidade é uma história e guarda a herança dos antepassados através de seus monumentos e características.
- O ser-vivo: a cidade nasce com as relações sociais e é expandida à medida que precisa atender um número maior de pessoas. A cidade, como um ser vivo, também é finita. Ela se desintegra, perde a sua essência e pode morrer.
O papel do Governo
O investimento em infraestrutura e organização do traçado urbano é indispensável para a construção de uma potência econômica. O Brasil, bem como todos os países em desenvolvimento, precisa repensar o modo em que a cidade é observada. Ela é um conjunto da nossa história, dos nossos sonhos e da busca insana de encontrar oportunidades pessoais e profissionais. A cidade deve oferecer conforto, lazer, segurança e ser próspera.
Abaixo podem ser observados alguns traçados urbanos curiosos:
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Você pode conhecer mais sobre os traçados urbanos aqui.
Referências: SPOSITO, Redes e Cidades.
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Sobre o autor:
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Graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Espírito Santo e membro temporário da organização Engenheiros sem Fronteiras,
Antônio Lucas Sgrancio Uliana
Instagram: @antonio_ulianaa
e-mail: antonio.uliana@ufes.edu.br
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Engenheiros Sem Fronteiras Brasil
Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação. O ESF-Brasil faz parte da rede Engineers Without Borders – International (EWB-I), presente em 65 países ao redor do mundo. Desde 2010 no Brasil já transformamos mais de 84 mil vidas. Acreditamos na importância do envolvimento comunitário, do diálogo e da cooperação. Os projetos são desenvolvidos e executados por voluntários locais organizados em núcleos, que se envolvem pessoalmente com os membros da comunidade, escutam suas necessidades e estabelecem parcerias e amizades. Nós da Diretoria Nacional replicamos essa tecnologia social, capacitando e orientando os líderes destes núcleos para desta forma gerarmos o impacto nos locais que atuamos.