A torre de Pisa sempre intrigou muitos engenheiros. Com 5 graus de inclinação e localizada em uma área que é muito assolada por terremotos, ainda não se sabia exatamente como a construção permanece de pé. Agora, alguns engenheiros desvendaram o mistério da inclinação da Torre de Pisa.
História
A Torre de Pisa teve sua construção inciada em 1173. Porém, em 1178, apenas com alguns andares, ela começou a inclinar e sua construção foi parada. O motivo era o solo arenoso, que começou a ceder.
Em 1272, a construção foi retomada. A solução para conter a inclinação foi praticamente uma gambiarra: construir os outros andares um pouco mais elevados no lado em que o solo afundou. Isso tudo para que ela não parecesse torta. O resultado foi pior ainda: mais peso fez com que a inclinação aumentasse.
Embora torta, a torre de 58 metros continua de pé até hoje e virou um ponto turístico muito famoso. Todos queriam conhecer e tirar uma foto apoiando o monumento. Em 1990, a visitação no lugar foi interrompida e só foi reaberta em 2011, após uma obra que diminuiu 40 centímetros na inclinação.
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Solucionando o mistério da inclinação da Torre de Pisa
O mais intrigante não é apenas a torre estar de pé, é ela estar de pé em um local que já foi abalado por, no mínimo, 4 grandes terremotos desde a sua construção. Para resolver esse mistério de mais de 500 anos, 16 engenheiros juntaram seus conhecimentos.
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A solução parece uma daquelas frases que diz que “o que não te mata, te fortalece”. O mesmo motivo que fez com que a Torre se inclinasse é o que a mantém de pé até hoje. O fenômeno recebe o nome de interação dinâmica solo-estrutura (DSSI). O solo macio da fundação, a altura e a rigidez da construção são responsáveis pelo fato de que as características vibracionais sejam modificadas. De tal forma, a torre não é afetada quando acontece um terremoto.
Os resultados estão sendo apresentados em workshops internacionais. O resultado formal será apresentado na 16th European Conference in Earthquake Engineering, que aconte em Junho, na Grécia.
Fontes: Phys.org; Galileu; IflScience.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.