Nos últimos anos, vimos várias engenhocas tecnológicas surgirem para facilitar a nossa vida. Porém, isso não seria possível para muitas delas se não fosse pelo crowdfunding, também conhecido como financiamento coletivo, que permite que ideias empreendedoras revolucionárias passem do projeto para a realidade.
E o que o financiamento coletivo tem a ver com a Engenharia? É exatamente isso que a gente conta neste texto. Para entender melhor, entrevistamos o arquiteto Márcio Sequeira, o criador do Kit Mola Estrutural, o qual foi lançado em uma campanha de financiamento coletivo no Catarse e foi um sucesso. O Mola é um modelo físico que simula o comportamento das estruturas dos edifícios. Atualmente, o Kit Mola Estrutural está espalhado em mais de 70 países, criando uma nova forma de ensinar e estudar estruturas.
O Márcio Sequeira contou para a gente como criou o Mola e como foi atrás dos seus sonhos, o qual foi viabilizado por meio de financiamento coletivo. O vídeo dessa entrevista exclusiva você confere logo abaixo (e, depois dela, a gente conta tudo que você precisa entender sobre financiamento coletivo, empreendedorismo e Engenharia).
O que é financiamento coletivo?
O financiamento coletivo é como se fosse uma “vaquinha” mais elaborada (tipo uma vaquinha gourmet) que permite que um microempreendedor tenha a oportunidade de conseguir fundos para um projeto de maneira simples (com a possibilidade de não envolver empréstimos bancários ou de conseguir um investidor). Ou seja, é uma forma de angariar recursos para tornar um projeto realidade.
Primeiro, o dono do projeto apresenta sua ideia (por meio de um site de financiamento coletivo escolhido) e diz o quanto precisa angariar. Pode existir benefícios para quem contribui, como recompensas, participação societária e outras. Há duas formas de financiamento que abrangem diferentes modelos.
Financiamento por projeto
Normalmente, o financiamento por projeto é quando um produto precisa ser lançado no mercado ou quando é uma causa urgente. Consequentemente, este tipo de financiamento tem uma data de conclusão mais imediata e são considerados mais arriscados, visto que nem sempre pode dar certo.
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Financiamento contínuo
No caso de financiamento contínuo, a contribuição pode ser progressiva, para incentivar um trabalho ou sustentar uma causa. Quem recebe o dinheiro pode escolher se detalha o quanto recebe e como usa os recursos ou não. Normalmente, o que motiva a doação é se a pessoa está cumprindo com o que prometeu.
Modelos de financiamento
Doação
Neste caso, o doador não espera nada em troca. É mais comum para projetos humanitários ou causas de caridade.
Recompensa:
No caso da recompensa, quem contribui recebe um agrado de alguma forma. Pode ser um brinde ou o próprio produto financiado. Este foi o tipo de financiamento escolhido pelo Márcio Sequeira para o Kit Mola e essa recompensa era o próprio produto (ou seja, o Kit).
Participação societária:
Neste caso, quem contribui é no mesmo estilo de um investidor, e recebe parte dos lucros. Se tudo der certo, é possível ter lucro, mas se der errado, você perde seu investimento.
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Retorno financeiro:
No caso do retorno financeiro, quem contribui recebe uma participação no capital da empresa. O número de investidores costuma ser menor porque o investimento é normalmente mais alto. Há, em torca, uma taxa de juros sobre o dinheiro recebido. O risco é menor que o de participação societária.
As vantagens e as desvantagens do financiamento coletivo
É claro que, como quase tudo na vida, o financiamento coletivo tem suas vantagens e desvantagens, tanto para quem investe quanto para quem é financiado. Dentre as vantagens, estão a minimização do risco de investimento; a maior visibilidade na hora de angariar fundos para a ideia; a possibilidade de receber contribuição de qualquer valor, de qualquer pessoa, em qualquer lugar; e mais.
Por outro lado, as desvantagens envolvem o fato de que nem sempre o investimento necessário pode ser conquistado (principalmente se o valor for elevado e a ideia não for bem divulgada ou muito atrativa); o fato de que alguém pode copiar sua ideia caso você abandone o projeto e a possibilidade de alguma fraude.
As plataformas mais comuns
Há plataformas de financiamento coletivo tanto nacionais quanto internacionais. No caso das nacionais, algumas são: Catarse; Vakinha; Kickante; Apoia.se; Benfeitoria; Queremos e Abaca$hi. Na lista das internacionais estão KickStarter e IndieGogo.
Para começar o financiamento coletivo, você pode procurar pela plataforma que mais te agrada, planejar todo o seu projeto e o processo de financiamento, verificar qual tipo de financiamento você prefere (e qual a plataforma oferece), quais são as condições para começar e correr atrás dos seus sonhos. Lembre-se que sua campanha precisa conquistar as pessoas, elas precisam entender por que o seu projeto é importante e por que vale a pena investir nele.
Como o financiamento coletivo está relacionado à Engenharia?
A prova viva de que Engenharia e financiamento coletivo têm tudo a ver é o caso do MOLA que nós mostramos. Cada vez mais, vemos engenheiros e engenheiras com espírito empreendedor querendo transformar o mundo com suas invenções e projetos, mas nem sempre a verba é suficiente para dar o pontapé inicial. É nessa parte que o financiamento coletivo faz toda a diferença e pode ajudar a transformar sonhos em realidade.
Fontes: Correio Braziliense; QuickBooks.
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Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.