O primeiro satélite brasileiro lançado em fevereiro de 1993 foi o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados 1). Ele foi o primeiro satélite desenvolvido, construído e operado pelo Brasil e superou o recorde anterior da NASA e da JAXA ao ultrapassar sua expectativa de vida em mais de 30 vezes. O SCD-1 coleta dados ambientais e meteorológicos do território brasileiro e transmitia essas informações para centros de processamento. E ele fez parte da MECB.
A Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) foi um projeto desenvolvido pelo governo brasileiro em 1979. Seu objetivo era alcançar a autonomia de acesso ao espaço e desenvolver satélites em território nacional. A saber, a responsabilidade pelo desenvolvimento dos satélites da MECB foi do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Confira mais informações no texto a seguir, do Engenharia 360!
Quais as principais características do primeiro satélite brasileiro?
O SCD-1 possui um formato de prisma octogonal, com 1 metro de largura e 1,45 metro de altura. Suas dimensões são compactas, pesando cerca de 115 kg. O satélite está posicionado a uma altitude de 750 km. Ele viaja a uma velocidade de 27 mil km por hora, o que permite dar uma volta completa na Terra em aproximadamente 1 hora e 40 minutos. E, por fim, ele passa sobre o território brasileiro cerca de 16 vezes por dia para cumprir suas funções.
Quais são as principais informações coletadas pelo SCD-1?
O SCD-1 coleta dados ambientais e meteorológicos do espaço, incluindo informações como nível de água em rios e represas, qualidade da água, precipitação pluviométrica, pressão atmosférica, intensidade da radiação solar e temperatura do ar.
Atualmente, o SCD-1 possui 127 estações de monitoramento. Algumas das empresas e instituições que têm acesso aos dados fornecidos pelo SCD-1 incluem as agências ADA (Desenvolvimento da Amazônia) e Aneel (Nacional de Energia Elétrica), empresas como Alcoa, Eletronorte, Embraer, Embrapa e Sabesp, universidades como Furg, Unicamp e Unifei, usinas hidrelétricas de Cachoeira Dourada e Corumbá IV, Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), Defesa Civil, Fiocruz, Incra, Marinha do Brasil e Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Veja Também: O Desenvolvimento e Testes de Foguetes: o Brasil no Avanço da Engenharia Aeroespacial
LEIA MAIS
Como acontece o funcionamento dessa tecnologia do SCD-1?
A tecnologia do SCD-1 é curiosa. Para começar, o satélite consegue funcionar mesmo com suas baterias enfraquecidas, porque foi projetado para funcionar apenas quando seus painéis solares estão iluminados pelo Sol. Assim, ele fica ligado cerca de 60% do tempo.
A bobina magnética desenvolvida pela equipe do engenheiro Sebastião Varotto é responsável por manter o eixo de rotação do satélite na orientação correta. Essa bobina é composta por um carretel de alumínio e um fio de cobre esmaltado fornecido pela Pirelli.
Mas os especialistas afirmam que o satélite brasileiro está hoje "cansado" devido ao desgaste ao longo dos anos, o que levou à diminuição de sua velocidade de rotação. Isso afeta a estabilidade da órbita e a operação do satélite.
Veja Também: Compreendendo como era vista a Gravidade Antes de Newton
Expectativa de vida para satélites pequenos
Satélites pequenos mais modernos normalmente têm uma expectativa de vida de cerca de cinco anos. No entanto, o SCD-1, primeiro satélite brasileiro, até que superou sua expectativa de vida inicial em mais de 30 vezes. Ele foi projetado para durar apenas um ano, mas continua em funcionamento até hoje, o que representa uma conquista significativa para a engenharia espacial brasileira.
Aqui vai uma informação bônus: o satélite recordista anterior ao SCD-1 foi o satélite Geotail, projetado pela NASA e pela JAXA (agência espacial japonesa), lançado em 24 de julho de 1992 e desativado em 28 de novembro de 2022. O SCD-1 superou esse recorde ao permanecer em órbita por mais tempo do que o Geotail.
Veja Também:
Fontes: UOL.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com [email protected] para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.