Quais os tipos de demolição e a necessidade de um profissional especializado? É importante ter um curso de engenharia de demolição no Brasil? Quais as formas de demolir e como se especializar? Especialização em Engenharia da Demolição é viável no Brasil?
O trabalho de demolir é um dos que exigem muitos cuidados, cálculos e profissionalização. Nesta área da construção civil, entretanto, os profissionais adquirem experiência através da prática, pois no Brasil ainda não é comum a especialização em Engenharia da Demolição, como em outros países se observa.
Nos EUA, por exemplo, é possível encontrar cursos específicos sobre desconstrução de edifícios. Entretanto, no Brasil, o que é possível é participar de cursos relacionados, como de Gestão de Resíduos da Construção e Demolição, mas sobre temas bem específicos. O que se observa é que uma especialização nesta área levaria, até mesmo, a um menor desperdício de materiais, tempo e recursos financeiros, aumentando o percentual de materiais que são reciclados.
Os tipos de demolição
O processo é importante quando se pensa na urbanização das cidades como forma de garantir espaço a novas construções, de maneira planejada. Há casos também em que é necessário demolir uma estrutura por questões de segurança.
Demolição mecânica
Há diferentes tipos nesta linha. A demolição mecânica é aquela que depende de equipamentos e máquinas como escavadeiras e guindastes, e é voltada para a derrubada total ou parcial de paredes, coberturas e lajes. A execução é mais rápida, quando comparada a outros exemplos de procedimento, e é uma das que mais exige mão de obra especializada, inclusive devido aos altos riscos de acidente.
Entre as possibilidades de demolição mecânica, além da utilização da retroescavadeira e máquinas com lanças e pás que através do “empurro” levam à finalização do processo, há também por colapso planejado, com a remoção das principais peças da estrutura, e o processo com a bola de demolição, em que uma bola de aço pendurada por uma corrente é utilizada para derrubar a estrutura.
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Demolição por implosão
A outra forma é a demolição por implosão, com o uso de explosivos. O objetivo desse tipo de processo é a destruição da base da estrutura do edifício ou arranha-céu, principalmente nos centros urbanos. No Brasil, um exemplo é a implosão de pontes e edifícios antigos.
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Demolição manual (ou sustentável)
Há também a forma manual, também chamada de “sustentável”, em que a mão de obra é a grande protagonista, com a utilização de ferramentas manuais. É utilizada para uma demolição mais precisa, em que são necessários mais cuidados com a estrutura da construção, quando há um processo de revitalização e manutenção do espaço. Por isso tem o nome também de “demolição sustentável”, pois há a possibilidade de reutilizar materiais, diminuindo aqueles que são descartados em uma demolição.
Como fator positivo deste tipo de procedimento, principalmente voltado às demolições de pequeno porte, é que este é feito de uma forma mais controlada. As desvantagens são a de existir também riscos de acidentes – sendo imprescindível a mão de obra especializada – e o prazo para a finalização da demolição ser mais estendido.
Diferentes opiniões
Mesmo com a utilização constante da desconstrução na construção civil e a necessidade de mão de obra especializada, há opiniões que divergem quanto a este procedimento na Engenharia. Em entrevista à Revista Pini, o calculista Sérgio Vieira da Silva declarou que “demolição em Engenharia é a mesma coisa que eutanásia na Medicina. É a negação da profissão. O engenheiro foi feito para construir, não para demolir”.
Mas ainda que haja discordâncias sobre determinadas demolições e também sobre outras possibilidades que pudessem ser aplicadas em cada estrutura, o estímulo a uma formação em Engenharia com especialização obrigatória e o estudo teórico e prático de temas importantes e presentes no dia a dia do engenheiro são fundamentais, até para permitir um melhor julgamento se a demolição é ou não o melhor caminho. Sem dúvidas é um tema que pode gerar diferentes debates na área.
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Veja Também: Funcionário do futuro: esse robô realiza demolição e ainda recicla o material retirado
Fontes: Escola Engenharia, Academia.edu, Revista Pini, Massa Cinzenta
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Luciana Reis
Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com experiência como jornalista freelancer na produção de conteúdo para revistas e blogs.