Um vaporizador descontaminante, contendo solução desinfetante, foi doado para aplicação nos vagões de metrô de São Paulo. O uso do equipamento da startup BioGuard levou a resultados que indicaram eficiência na desinfecção.
Névoa desinfetante
Os equipamentos funcionam por meio da liberação de uma “névoa” composta de gotículas ionizadas com desinfetantes, que é capaz de se fixar em superfícies e eliminar vírus e bactérias. Este é um mecanismo padrão sanitização de ambientes hospitalares, por exemplo, que costumam aplicar desinfetantes com base em peróxido de hidrogênio e íons de prata, que apresentam poder de oxidação e, nesse sentido, inativam microrganismos e biofilmes formados nas superfícies.
No contexto da pandemia de COVID-19, a descontaminação de ambientes é algo que tem sido revisto em outros cenários de potencial disseminação de microrganismos, tais como o transporte público. Pensando nisso, a novidade foi testada em um vagão depois de um dia de uso normal e as amostras laboratoriais indicaram que não havia contaminação após o procedimento de desinfecção.
O equipamento distribuído pela BioGuard, chamado de Bgtech-19, possui controle de umidade e saturação. Esses parâmetros que devem ser controlados nesta modalidade de desinfecção de ambientes, pensando no equilíbrio químico das espécies desinfetantes, mas também na preservação do maquinário e demais superfície em contato com estes agentes oxidantes.
O vídeo abaixo mostra o funcionamento do sistema:
Outras iniciativas de sanitização de ambientes
Outras opções de desinfecção de superfícies, pensando principalmente em locais de grande circulação de pessoas, vêm sendo estudadas como potenciais aplicações diante da pandemia causada pelo novo coronavírus. Uma alternativa é a desinfecção ultravioleta, descrita aqui como opção para desinfetar máscaras usadas e também ambientes. De foma similar, também pensando em “névoas” contendo agentes oxidantes, como é o caso da startup BioGuard, há uma alternativa baseada em clorexidina, desenvolvida por uma iniciativa de universidade brasileira.
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Vale lembrar que, apesar dos esforços em potencializar a limpeza e descontaminação dos ambientes em termos de frequência e tecnologia envolvida, não é recomendado “relaxar” nas medidas sanitárias e de higiene.
Você já viu o emprego de equipamentos de descontaminação no transporte público? Conta para a gente nos comentários!
Fontes: Bridier et al. (2011). BioGuard. Metrô CPTM.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.