As chuvas extremas tem castigado o estado do Rio Grande do Sul. Em meio a este caos, engenheiros do mundo debateram o tema, apresentando soluções mais resilientes e sustentáveis para o futuro do estado, mitigando futuros eventos climáticos extremos. Um conjunto de propostas foram apresentadas; dentre elas, o incentivo às agroflorestas, como alternativa promissora de reconstrução, com foco na recuperação ambiental.
Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para entender bem o conceito de agroflorestas e sua relação com as engenharias!
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O que são agroflorestas?
Agroflorestas são uma solução de sistema de cultivo de plantas que combina produção agrícola (árvores frutíferas e madeireiras) e conservação ambiental (árvores nativas). Essa mistura de espécies imita a estrutura e o funcionamento de florestas naturais, com todo o seu ciclo de vida. O objetivo é formar uma camada de matéria orgânica, aumentar a capacidade de infiltração da água no solo e equilibrar a biodiversidade local, com um ecossistema mais diversificado e resiliente.
Qual a relação das agroflorestas com a Engenharia?
A Engenharia deve desempenhar um papel crucial no desenvolvimento e implementação de sistemas agroflorestais. Seus profissionais possuem conhecimentos técnicos para projetar e construir infraestruturas que apoiem uma produção agrícola completa (com sistemas de irrigação, drenagem e armazenamento), mas menos impactante ao meio ambiente. Inclusive, podem propor soluções para restauração de áreas de preservação e construção de moradias resilientes em áreas de risco.
É justamente isto que precisa hoje o Rio Grande do Sul! Uma abordagem interdisciplinar que combina vários conhecimentos de engenharia e agronomia à ecologia e ciências sociais. Que apontem, por exemplo, como desenvolver comunidades protegendo-as de inundações e deslizamentos, ao mesmo tempo que se fortalece a agricultura local e regula os ciclos hidrológicos.
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Quais os benefícios das agroflorestas para a reconstrução do RS?
As agroflorestas podem oferecer vários benefícios econômicos e ambientais, ajudando na reconstrução do Rio Grande do Sul.
- Absorção de água: Como esponjas naturais, têm a capacidade de absorver e infiltrar água, reduzindo significativamente danos causados por enchentes e tempestades, o que é hoje crucial para a proteção de áreas urbanas e rurais.
- Sequestro de carbono: Podem absorver dióxido de carbono da atmosfera, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
- Recuperação do solo: Promovem a retenção do solo, prevenindo a erosão e aumentando a fertilidade. A cobertura vegetal do solo também contribui para a decomposição da matéria orgânica, liberando nutrientes essenciais para as plantas.
- Biodiversidade: Oferecem um habitat rico para diversos animais e plantas, promovendo a biodiversidade e o equilíbrio ecológico. Essa diversidade contribui para o controle de pragas e doenças naturais, reduzindo a necessidade de agrotóxicos.
- Produção de alimentos: Possibilitam a produção de alimentos saudáveis e diversificados, garantindo a segurança alimentar das comunidades locais. A variedade de culturas também contribui para a geração de renda e o desenvolvimento da economia local, criando oportunidades para pequenos produtores e comunidades tradicionais.
Quais as ações emergenciais propostas pelos especialistas ao RS?
Já depois das enchentes de 2023, um movimento de centenas de instituições propôs a adoção de sistemas de agroflorestas e soluções baseadas na preservação da natureza para a reconstrução do estado.
Um primeiro exemplo que podemos citar é a criação da 'Carta das Agroflorestas', elaborada por universidades, associações e ONGs, fazendo um apelo aos governantes para incluírem esses sistemas aos seus planos de reconstrução e criem novas políticas públicas adequadas. O documento apresenta ideias para assentamentos de agroflorestas e recuperação de áreas com o apoio de comunidades locais (sobretudo pesqueiras e ribeirinhas) - se você apoia a ideia assine o abaixo assinado!
Outro exemplo é a proposta de criação de um programa emergencial para assentamento de famílias atingidas pelas enchentes em áreas rurais no entorno das cidades, com produção de alimentos se valendo das agroflorestas, próxima a circuitos de escoamento e comercialização. Assim, as pessoas viveriam de modo mais seguro, em um contexto de economia estável, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.
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Considerações finais: Desafios futuros
No Acordo de Paris, o Brasil prometeu se alinhar às metas globais e restaurar 12 milhões de hectares de floresta até 2030. O tempo está correndo tão depressa; e o que fizemos desde então? Precisamos investir mais - investir sempre - em educação ambiental e capacitação de engenheiros para a implementação de sistemas como das agroflorestas. Precisamos implementar, de forma mais eficaz, políticas públicas que beneficiem o meio ambiente. É assim que vamos crescer como economia; é assim que vamos frear as mudanças climáticas.
A ideia parece tão simples e óbvia; o que está faltando? Gostaríamos de ler a sua opinião. Participe como cidadão ativo da nossa sociedade civil. Compartilhe este artigo com outras pessoas para podermos ampliar o debate!
Junte-se ao movimento pelas agroflorestas no Rio Grande do Sul! Apoie a Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza, cobre medidas dos governantes e incentive a implementação de sistemas agroflorestais em sua comunidade.
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Fontes: Ciclo Vivo, Correio do Povo.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Eduardo Mikail
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