A Tesla, de Elon Musk, é reconhecida como uma das pioneiras na tecnologia de veículos elétricos e direção autônoma. No entanto, uma investigação recente revelou práticas preocupantes dentro da empresa que podem colocar em risco a vida não só de motoristas, mas também de pedestres e ciclistas. Estamos falando do 'Project Rodeo', um projeto interno polêmico que testa os limites de software de direção. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O que é Project Rodeo?
Project Rodeo é uma operação da Tesla focada em testar um software conhecido como Full Self-Driving (FSD). Dizem que funcionários "cobaias" estão sendo treinados para esperar ao máximo sem comprometer o funcionamento dos veículos, mesmo que percebam algum risco iminente, como situações em rotatórias, cruzamentos e faixas de pedestres. Essa abordagem visa coletar dados sobre desempenho para "domar" o sistema, forçando-o a operar o maior tempo possível sem intervenção humana.
São, portanto, os objetivos do Project Rodeo:
- Coleta de dados: O principal objetivo é acumular dados sobre como o FSD reage em diversas situações do mundo real.
- Avaliação de limites: Testar até onde o sistema pode ir antes de falhar ou necessitar de intervenção.
- Inovação tecnológica: Aumentar a capacidade do software para lidar com cenários complexos.
Segundo os relatos, quanto mais tempo o sistema opera de forma autônoma, maior é a quantidade de dados coletados para ajustes e melhorias. Mas é claro que, como era de se esperar, um projeto desses levantaria sérias questões sobre a ética e a segurança em testes.
Como são realizados os testes do FSD?
A questão que está pegando nessa história é que os testes do FSD no Project Rodeo estão sendo realizados em vias públicas, ou seja, em um cenário real, com os motoristas enfrentando todo o tipo de desafio imprevisível, o que inclui situações envolvendo pedestres e ciclistas - que podem estar desatentos, alcoolizados e mais. O normal seria o quê? Testes em ambientes ou pistas fechadas, com obstáculos simulados e manequins-pedestres; essas seriam as práticas corretas.
Segundo relatos, alguns testes foram em zonas com bares, em horário de madrugada; outros em regiões de alta concentração de pedestres e em rotatórias com travessias; e teve ainda avaliações feitas em ambientes de pouca iluminação, com alta probabilidade de risco de acidentes. Em todos os casos, a pressão da Tesla foi grande, sempre lançando críticas caso os motoristas assumissem o controle dos veículos "cedo demais", como frear em sinal amarelo ou dirigir em "velocidades baixas", tudo sob discurso de que era preciso "maximizar o tempo de operação autônoma".
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Incidentes relatados
Uma das histórias compartilhadas é de um motorista que estava em um Tesla que avançou em direção a um ciclista em uma rotatória, forçando-o a pular da bicicleta para evitar uma colisão. "Tudo o que pude fazer foi pisar nos freios", disse ele, completando que foi surpreendentemente elogiado pelo supervisor pelo atraso na intervenção, indicando que esse tipo de teste era exatamente o que buscavam avaliar.
O que esperar para o futuro da Tesla e seu Project Rodeo?
Em entrevista, Philip Koopman, especialista da Carnegie Mellon University, classificou as práticas da Tesla como "irresponsáveis", argumentando que tais testes deveriam ser realizados de uma forma mais responsável, sem colocar em risco a vida de ninguém. Já Mark Rosekind, ex-administrador da NHTSA (Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos Estados Unidos), destacou a necessidade urgente de regulamentações mais rigorosas para proteger o público.
De fato, atualmente, mesmo em países como os Estados Unidos, não existem regulamentações claras que digam como devem ser conduzidos os testes em veículos autônomos. A dependência dos relatórios das próprias empresas permite que práticas potencialmente perigosas continuem sem supervisão adequada.
Fato é que a indústria precisa encontrar um equilíbrio entre inovação e proteção à vida humana. A Tesla afirma que seu software FSD requer supervisão ativa e não é totalmente autônomo. Mas, mesmo assim, as práticas no Project Rodeo parecem contradizer essa política - ou não? Isso abre brechas para as pessoas se perguntarem quanto o sistema é realmente seguro e qual a responsabilidade da empresa se ocorrerem acidentes com transeuntes, sabendo dessa falta de regulamentação clara.
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Sobre as investigações e alegações feitas por motoristas do Project Rodeo, a empresa de Musk não se pronunciou oficialmente até agora. A Tesla só reafirma seu compromisso com o aprimoramento da tecnologia e a implementação contínua de melhorias. Ademais, todos os seus veículos são equipados com recursos avançados de monitoramento e segurança.
Veja Também: Como funciona o sistema de túneis da Tesla?
Fontes: Notícias Automotivas.
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Eduardo Mikail
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