O terceiro setor é responsável por mobilizar um grande volume de recursos humanos e materiais para auxiliar o Estado e o setor privado a suprir as necessidades da sociedade, impulsionando o desenvolvimento social e garantindo os direitos humanos. No agronegócio, o terceiro setor tem sua participação na defesa do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado voltado à produção e satisfação das necessidades alimentares. A engenharia, por sua vez, tem papel fundamental no ambiente agrícola, sendo importante para minimizar danos ao meio ambiente, otimizar a utilização de recursos e aperfeiçoar técnicas de produção.
Como engenharia e terceiro setor atuam juntos no agronegócio?
Segundo o Relatório de Brundtland, publicado em 1987, o desenvolvimento sustentável é caracterizado por ser “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Assim, podemos entender que a relação entre engenharia e terceiro setor no agronegócio está relacionada a garantir que a produção agrícola adote práticas de engenharia responsáveis, guiadas pela ética ambiental da comunidade, resultando na redução dos custos do ciclo de vida e mitigando impactos ambientais e econômicos adversos que se projetam para o futuro, salvaguardando os direitos ambientais e sociais das próximas gerações.
Dessa forma, as organizações da sociedade civil têm o papel de auxiliar o Estado a fiscalizar e cobrar do setor privado a adoção de práticas sustentáveis alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem alcançados até 2030.
Os ODS visam orientar ações afim de assegurar que a qualidade de vida e bem estar da sociedade. Entre eles podemos destacar a segurança alimentar e fome zero (ODS 2), consumo e produção responsáveis (ODS 12) e uso sustentável dos ecossistemas terrestres (ODS 15). Todos colaboram para tornar o uso dos recursos naturais mais eficiente e garantir a perpetuação da vida na terra.
As ONGs e o agronegócio
Recentemente, a coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura lançou um documento base que propõe algumas medidas para deter o avanço do desmatamento da Amazônia, pois acreditam que a destruição florestal gera perdas socioambientais e também tem impactos econômicos, uma vez que o agronegócio depende de fatores ambientais e é responsável por uma grande parcela da economia brasileira.
A coalizão reúne ONGs da área ambiental como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O agronegócio e a indústria são representados pelas companhias como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever. O movimento ainda reúne representantes do setor financeiro e do meio acadêmico.
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Os empresários e ambientalistas enxergam que o desmatamento descontrolado gera instabilidades ao país, ao clima, ao meio ambiente e às próprias empresas, favorecendo apenas aqueles que operam na ilegalidade e no crime.
A coalizão prevê seis ações para reduzir o desmatamento na Amazônia, entre elas destacam-se, principalmente, a retomada da fiscalização, com punição para os crimes ambientais identificados. Segundo a coalizão, é preciso ampliar o uso de inteligência e expertise do Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Funai para responsabilizar os infratores de forma ágil e eficiente. Além disso, a coalizão pede que seja destinada uma área de 10 milhões de hectares à proteção e uso sustentável selecionada a partir do Cadastro Nacional de Florestas Públicas.
Outra ação proposta pela Coalizão Brasil é que a oferta de financiamentos passe a adotar critérios socioambientais, isto é, operações de crédito serão bloqueadas quando forem observados cadastros ambientais rurais com desmatamento posterior a julho de 2008. Além disso, a coalizão pede total transparência e eficiência às autorizações de supressão da vegetação e a suspensão de todos os processos de regularização fundiária de imóveis com desmatamento após julho de 2008.
Quer saber mais? Acesse o documento o site da coalizão e saiba como colaborar!
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Sobre a autora:
Graduanda em Engenharia de Produção pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Voluntária na rede Engenheiros sem Fronteiras desde 2019.
Amanda Fonseca - Assessora de Relações Institucionais em Engenheiros sem Fronteiras Brasil.
Leia também: Como o engenheiro de produção pode atuar no agronegócio?
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Engenheiros Sem Fronteiras Brasil
Ser Engenheiros Sem Fronteiras é acreditar na importância da engenharia para o desenvolvimento social e ser protagonista desta transformação. O ESF-Brasil faz parte da rede Engineers Without Borders – International (EWB-I), presente em 65 países ao redor do mundo. Desde 2010 no Brasil já transformamos mais de 84 mil vidas. Acreditamos na importância do envolvimento comunitário, do diálogo e da cooperação. Os projetos são desenvolvidos e executados por voluntários locais organizados em núcleos, que se envolvem pessoalmente com os membros da comunidade, escutam suas necessidades e estabelecem parcerias e amizades. Nós da Diretoria Nacional replicamos essa tecnologia social, capacitando e orientando os líderes destes núcleos para desta forma gerarmos o impacto nos locais que atuamos.