As cidades inteligentes estão em alta (uma delas é o Qatar, onde será a Copa do Mundo de 2022). Porém, isso não significa que a tecnologia vai milagrosamente resolver os problemas e todos viverão felizes para sempre.
Na verdade, o desafio cabe aos planejadores urbanos, profissão muitas vezes ocupada por engenheiros(as). É deles a responsabilidade de conseguir lidar com os atuais problemas das cidades, os quais envolvem a necessidade de um crescimento sustentável, mobilidade urbana, novas fontes de energia, saneamento básico, o foco no cidadão como elemento fundamental (e não os carros ou as avenidas largas) e mais. Claro que as tecnologias serão ferramentas fundamentais, mas não é possível contar apenas com elas.
Por exemplo, não é possível esperar uma tecnologia para remediar um problema quando é possível agir para evitá-lo. O mundo tecnológico é incrível, mas precisamos de humanos pensantes para planejar e saber aplicá-las. Afinal, um recurso mal implementado pode trazer mais consequências negativas que benefícios.
Pode até ser que a ideia de construir uma cidade inteligente partindo do zero tenha como base a tecnologia, mas ela não será nada sem planejamento e gerenciamento. Nas cidades que já sofrem os problemas urbanos atuais, então, a gestão adequada é fundamental.
Alguns exemplos de diferentes abordagens no planejamento urbano para a construção de cidades inteligentes são no Canadá e nos Estados Unidos. Enquanto o primeiro país convidou as comunidades a escolher seus desafios e soluções, o segundo resolveu colocar como foco a mobilidade.
Cidades inteligentes são a solução?
Cada cidade possui seus problemas específicos (que são muitos, no caso das cidades brasileiras) e suas peculiaridades, precisando de uma solução adequada a sua realidade. Ainda, não é só uma tecnologia que vai resolver todos os problemas ao mesmo tempo. É preciso saber combinar os recursos disponíveis e aplicá-los em conjunto, potencializando seus impactos positivos.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
No caso das cidades europeias, o site European Smart Cities classifica os projetos voltados para as cidades em seis áreas diferentes: economia inteligente, população, governança, mobilidade, meio ambiente e qualidade de vida. É exatamente uma combinação de todas essas áreas que vai transformar as cidades em inteligentes.
Em resumo, é preciso que as cidades comecem uma transformação geral, atingindo a raiz dos problemas. Nem a melhor das tecnologias pode resolver um problema quando não há uma base sólida o suficiente para que ela possa ser aplicada. É preciso começar a resolver os problemas hoje e não ficar aguardando uma solução brotar do nada.
Assim, para construir cidades inteligentes é preciso que os planejadores saibam aplicar os recursos disponíveis. O cerne da questão não é político, religioso ou cultural (embora esses fatores possam influenciar). Ele cabe ao planejador urbano e, consequentemente, é uma missão para o(a) engenheiro(a) que optar por esse caminho.
Referências: Phys.org.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Comentários
Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.