Nós geramos dados o tempo todo e esses dados são importantes para as empresas, governo e organizações de modo geral. Felizmente, com a tecnologia disponível, nós passamos a armazenar a maioria das informações em meio digital, o que facilita a organização e o gerenciamento, além de evitar o acúmulo de papel. Porém, a tecnologia faz com que mais dados sejam gerados.
Os dados são gerados toda vez que você faz seu cadastro em algo, responde a alguma pesquisa, faz uma compra, acessa um aplicativo e dentre outras situações simples que, embora sejam irrelevantes para você, podem ser de grande uso para empresas que pretendem conquistar você como cliente. Com isso, cria-se um grande volume de dados, também conhecido como Big Data. Há quem considere o conceito de Big Data como as ferramentas para armazenar, tratar e analisar os dados, mas como é algo relativamente recente, o conceito ainda é um pouco incerto.
Primeiro, é necessário entender a diversidade de dados gerados. Os dados podem ser estruturados ou não estruturados. Os estruturados são organizados em linhas e colunas e, normalmente, fazem parte de um banco de dados relacional. Os não estruturados são os que não podem ser estruturados, como vídeos, fotos, e-mails e outros. Esse último tipo de dado é gerado em volume muito superior ao estruturado.
Existem três Vs que são utilizados para caracterizar o Big Data. O primeiro deles é o Volume e, como o nome diz, é relacionado ao volume de dados gerado. O segundo é a Variedade e diz respeito à diversidade dos dados e de seus formatos. O último é a Velocidade na qual os dados são produzidos.
Uma empresa que armazena, trata e interpreta os dados de seus clientes e dos consumidores de forma geral possui uma vantagem no mercado, visto que é capaz de extrair informações sobre os gostos e necessidades do seu público alvo. É aí que entra o Big Data Analytics, que consiste na coleta, armazenamento e interpretação de dados, estruturados ou não, por softwares de alto desempenho, que processam tudo em uma alta velocidade. Os dados são cruzados e relacionados e fornecem orientação para a tomada de decisão gerencial.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Além das empresas, o Big Data também pode ser utilizado pelo governo. A análise de alguns dados pode auxiliar na identificação e prevenção de epidemias, por exemplo, ou no entendimento do comportamento de certas doenças na população.
Após o terremoto no Haiti em 2010, por exemplo, alguns pesquisadores utilizaram dados móveis (acompanhando a circulação de cartões SIM) para compreender o movimento dos refugiados e quais os riscos para a saúde provenientes desse movimento. Eles analisaram o deslocamento de mais de 600.000 pessoas, disponibilizando os dados para que organizações governamentais e humanitárias pudessem lidar com a situação. Mais tarde, naquele ano, uma epidemia de cólera atingiu o país e os mesmos dados móveis foram utilizados para acompanhar o movimento de pessoas nas zonas afetadas, permitindo a prevenção de novos surtos.
Big Data pode, ainda, ser utilizado na educação, na indústria, na agricultura, no mercado financeiro e em outros setores. Em 2012, mais de 2,5 quintilhões de bytes eram gerados diariamente e a estimativa é de que esse número continue aumentando, principalmente por causa do maior acesso das pessoas às tecnologias disponíveis.
O Big Data também possui alguns desafios, como a questão da privacidade e segurança das informações, o compartilhamento e a individualização dos dados. Este último desafio está relacionado à dificuldade de atribuir dados de diferentes fontes a um mesmo indivíduo. Uma pessoa que possui dois celulares, por exemplo, com contas e números diferentes, pode interferir em uma pesquisa, pois será contabilizada como duas e não uma.
A tecnologia cresce cada dia mais, assim como a geração de dados, tornando um desafio conseguir absorver tanta coisa. Quem possui informação e sabe como utilizar possui uma vantagem enorme sobre os outros, o que faz do Big Data uma poderosa arma. E ele não fica restrito só aos grandes, as pequenas e médias empresas estão implantando o Big Data para melhorar sua forma de fazer negócios.
Com mais dados sendo criados diariamente, aumenta também a demanda por recursos e tecnologia disponível. Imagine se fosse tudo armazenado em forma de papel, quão difícil seria filtrar, agrupar, interpretar e localizar os dados? Tudo isso demonstra que o mercado tecnológico está longe de falir ou de atingir seu limite.
Referências: Berkeley; Forbes; RETC; Weforum.
Comentários
Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.