Dizem por aí que as crianças de hoje já nascem com smartphones e tablets nas mãos. Essa hipótese não é para menos: se as telas brilhantes e coloridas já são viciantes para nós adultos, que temos noção do limite entre uso saudável e vício em tecnologia (ou, pelo menos, deveríamos ter), imagine para uma criança que vê seus desenhos e músicas saindo daquelas telas mágicas.
É claro que, nesse sentido, é preciso saber dosar. Uma criança não pode passar muitas horas em frente a uma tela, ela precisa brincar, interagir com a natureza, socializar com outras crianças e mais. Cabe aos pais, junto aos educadores e pediatras, decidir o número de horas máximo de exposição à tecnologia de forma direta.
Ainda assim, ao crescerem tão familiarizadas com a tecnologia, essas crianças parecem ter uma aptidão e uma facilidade muito maior que nós, que precisamos nos adaptar de modo quase forçado em alguns casos. O fato de serem tão receptivas para recursos tecnológicos contribui para que o uso de novas ferramentas em salas de aula mudem completamente a forma de educação a qual estamos acostumados e que vivenciamos na infância.
Enquanto muitos de nós faziam cartazes, pesquisavam em livros e cheiravam cópias de folhas azuladas do mimeógrafo, hoje o ensino conta com realidade virtual e realidade aumentada, linguagem de programação ensinada em salas de aula e o aprendizado ganha uma forma muito mais dinâmica e divertida. Um dos grandes exemplos que nós temos de ferramentas tecnológicas que está mudando o ensino é o do iPad, cuja umas das funções é a educativa.
O caso do iPad: a escalada para a educação
O iPad completa 10 anos em Abril deste ano. Na época de lançamento, Steve Jobs o considerava um aparelho mágico e revolucionário e foi praticamente isso que aconteceu: o tablet da Apple mostrou que veio realmente para conquistar o mercado. Apesar da concorrência acirrada, o iPad sobrevive e tem hoje uma colocação sempre entre os primeiros na lista dos melhores tablets.
No que tange à educação, é curioso citar que, em 2013, o principado de Andorra (que fica entre a França e a Espanha) começou a implantar o uso obrigatório do iPad para algumas aulas em escolas públicas. A intenção, segundo o Europa Press, era modernizar as aulas, embora já tivessem em mente que ele não substituiria totalmente os livros físicos naquele momento. A versão do equipamento exigida era o iPad 2 e ele teria um software especifico com plano de estudos.
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O único problema nos planos de Andorra foi a polêmica relacionada ao fato de que muitas famílias não tinham condições de adquirir o equipamento. A internet não conta muito bem como foi o desfecho dessa história, mas ela já mostra que, três anos após ser lançado, o iPad já dava indícios de um grande potencial para ser usado na educação.
Alguns anos depois, a Apple deu um grande passo para voltar seu produto para educação: o iPad 2018, que foi pensado para ser usado nas escolas. Essa versão do tablet tinha uma a caneta Apple Pencil e "preços acessíveis" para escolas e estudantes.
A ideia do iPad 2018 é de que os alunos e os professores pudessem compartilhar as atividades. Alguns aplicativos como o Classroom (para os professores monitorarem as atividades escolares dos alunos), o Apple Teacher (para treinamento dos professores) e o Apple School Manager (que permite o gerenciamento por vários usuários) também contribuíram para o foco educacional.
O iPad hoje
Atualmente, a Apple possui uma vertente voltada para a educação. Segundo a página da empresa:
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"Toda criança nasce cheia de criatividade. Alimentá-la é uma das coisas mais importantes que os educadores fazem. A criatividade torna seus alunos melhores comunicadores e solucionadores de problemas. Isso os prepara para prosperar no mundo de hoje - e moldar o amanhã. Por 40 anos, a Apple ajudou os professores a liberar o potencial criativo de todos os alunos. E hoje, fazemos isso de mais maneiras do que nunca. Não apenas com produtos poderosos, mas também com ferramentas, inspiração e currículos para ajudá-los a criar experiências mágicas de aprendizado."
Extraído da página da Apple Education
Nessa área de educação, o iPad parece ser uma das figuras principais (uma vez que ele está em todas as fotos da página Education da Apple). Segundo a página da empresa, “O poder e a flexibilidade do iPad dão aos alunos a liberdade de explorar e expressar novas ideias sempre e onde quer que a inspiração aconteça.” O Mac, linha de computadores da empresa, por outro lado, “tem o poder de dar vida às suas maiores ideias”.
Com os recursos oferecidos, os professores podem ajudar no desenvolvimento das crianças, usar recursos de desenho, música, vídeo e fotografia (que ganharam notoriedade para uso na educação desde o iPad 2018). Isso está integrado em diferentes recursos do iPad: a Apple Pencil permite que o aluno crie desenhos, a câmera é para capturar o mundo ao seu redor, os recursos de música e vídeo contam histórias, etc.
No caso dos e-books, eles permitem tirar literalmente um peso das costas. Além disso, as versões atualizadas podem ser obtidas quase que de forma instantânea (e o meio ambiente agradece a quantidade de papel poupada). Isso não significa que os livros físicos vão desaparecer de uma hora para a outra, mas é inegável afirmar que os livros digitais têm suas vantagens.
No quesito aplicativos, é impossível citar todos os que são voltados para a educação, visto que a lista é imensa. Há apps para as mais diversas finalidades, tanto para os estudantes quanto para os professores (como os já citados Apple Teacher e Apple School Manager).
O que esperar?
Se anos atrás já era difícil manter a atenção dos alunos durante as aulas, imagine nos dias de hoje, quando elas têm muito mais elementos interessantes e distrativos ao seu redor. É justamente por isso que levar a tecnologia para as salas de aula faz toda a diferença: no lugar de proibir seu uso, trazê-lo para capturar a atenção dos alunos, tornando o aprendizado mais natural e divertido.
É claro que tudo tem limites e as crianças não vão passar todas as aulas na frente das telas ou usando alguma tecnologia. Os projetos pedagógicos atuais trabalham diferentes tipos de interação e conseguem montar uma grade de aulas equilibradas, trabalhando as famigeradas soft skills e desenvolvendo diferentes aptidões.
Não podemos negar que a tecnologia mudou a forma de ensino não só para as crianças, mas até nas universidades, da graduação ao doutorado: ter aulas com realidade virtual para melhor visualização do objeto estudado (como formas geométricas, peças, obras e até órgãos humanos) já é parte da rotina de alguns alunos.
Assim, o cenário que podemos esperar nos próximos anos é, certamente, de uma forma de educação e aprendizado ainda mais aprimorados. À medida que a tecnologia avança, ela deve chegar cada vez mais às salas de aula, tornando o ato de aprender menos enfadonho e mais dinâmico e participativo, ajudando na tão importante missão de educar.
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Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.