Painéis solares não são regra quando se trata de obtenção de energia elétrica no Brasil. Em contrapartida, seu uso se torna cada vez mais recorrente em várias partes do mundo. É o caso da Tailândia, que apresenta uma interessante solução para a implementação dessa tecnologia. Trata-se de uma obra localizada na região nordeste da província de Ubon Ratchathani, que será a maior instalação de painéis solares do país.
Obra da Tailândia faz parte de projeto a longo prazo
Neste mês de outubro, será finalizada a primeira etapa da obra de Ubon. Serão cerca de 144.400 painéis solares que irão flutuar sobre uma barragem, ocupando aproximadamente 120 hectares de água. A primeira fase já deve iniciar suas atividades ainda em 2021. Além disso, as outras etapas consistirão na instalação de mais oito fazendas como essa - algo previsto para os próximos 16 anos.
O aparelho estatal EGAT (Autoridade de Geração de Eletricidade da Tailândia) é responsável pelo projeto-piloto. "Quando todos os projetos forem concluídos em cada barragem, teremos capacidade total para gerar 2.725 megawatts", diz o chefe do projeto, Chanin Saleechan.
Com a grandiosidade do projeto, o governo tailandês espera também um significativo impacto no turismo. Ou seja, o país pode despontar, nos próximos anos, como um forte atrativo para viajantes curiosos do mundo todo - mais do que já é hoje.
Tecnologia antiga é resgatada como solução para problemas contemporâneos
Após anos insistindo no uso de combustíveis fósseis, a Tailândia agora passa a fazer o máximo para reduzi-lo. Por exemplo, em 2018, o país abandonou dois projetos de construção de usinas de carvão realizados na região sul do seu território. Além disso, o projeto de longa duração realizado agora visa atingir o objetivo de ter mais de 35% da energia vinda de fontes renováveis antes de 2037.
Apesar de aparecer como uma solução para os problemas ambientais globais dos últimos anos, a tecnologia dos painéis solares não é tão recente assim. Foi em 1839 que o físico francês Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico. Quase 50 anos depois, em 1883, o norte-americano Charles Fritz já havia criado a primeira célula fotovoltaica, feita de selênio - elemento de número atômico 34.
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Embora, hoje, seja o silício - de número atômico 14 - o elemento químico usado nos painéis solares, pode-se dizer que a possibilidade de usar a luz do sol como fonte de energia elétrica já está em desenvolvimento há pelo menos 130 anos.
Fontes: Reuters; World Economic Forum; PVTech; Vivint Solar; Época Negócios.
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Joachim Emidio Ribeiro Silva
Pesquisador, professor e artista. Colaborador do E360, difunde notícias e atualidades da Engenharia e todos os seus desdobramentos. É especialmente curioso sobre os campos de intersecção entre Engenharia e Música, como a Acústica e a Organologia. Atualmente é pós-graduando em Performance Musical pelo Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, SP.