Já ouviu falar no projeto "California Forever" ou "California Para Sempre"? Então, o mesmo está sendo financiado por bilionários do Vale do Silício. E a proposta é a seguinte: construir, em 60 mil acres de terra, uma nova cidade super harmônica, moderna e em sintonia com a natureza, com muitos parques, espaços abertos e sustentabilidade. Que ideia mais utópica, não é mesmo? Mas será que dará certo? Alguns estão céticos disso. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!
Qual é a motivação por trás da construção de uma nova cidade no Vale do Silício?
O conceito da "California Forever" não é exatamente uma coisa autêntica. Quem estuda Arquitetura já viu muitas propostas assim antes. Se podemos resgatar um exemplo do passado, vale citar aqui as ideias do pré-urbanista inglês Ebenezer Howard, que já foi chamado de o "pai das cidades-jardim", buscando integrar melhor as cidades e o campo. Acontece que a motivação dele era proporcionar mais bem-estar às pessoas. Agora, pode-se dizer que a maior motivação para essa "California Para Sempre" é mesmo o dinheiro.
Especialistas de mercado afirmam que os bilionários do Silício querem, na verdade, reorganizar terras, atrair financiamento estatal e aumentar o valor das propriedades de qualquer jeito. Essas intenções estariam sustentadas sob o discurso da criação de uma comunidade sustentável, cheia de inovações tecnológicas e capaz até de reduzir a pobreza.
California was built on its pioneering spirit, its boundless optimism, and the utter conviction that if we work hard, and together, that our best days still lie ahead, waiting to be built, for our children, and for all the generations to come. Join us.
— California Forever (@CAForever) September 1, 2023
Particularmente, gostaria de crer que esse projeto será diferente de muitos antes noticiados aqui, no Engenharia 360. Afinal, a Downtown West da Google, a cidade sem carros do estúdio OMA para China ou a cidade flutuante de Nova Orleans são exemplos que estão custando para sair do papel. E mais, quando as pessoas falam em criar o progresso construindo cidades sem gerar impactos severos sobre a natureza, é mentira. Pois tudo o que o ser humano faz só leva a mais destruição do meio ambiente. O que me lembra das polêmicas do projeto "California Forever".
Reção dos moradores locais e autoridades
O fato é que, sim, o projeto "California Forever" já enfrenta desafios. Por muito tempo, ninguém sabia exatamente o que estava sendo negociando para a área. Então, as pessoas começaram a se preocupar sobre a transparência e o potencial de deslocamento de agricultores locais. Já com relação aos impactos ambientais e econômicos, eles temem sobretudo o que será feito da Base Aérea de Travis.
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Imagens e textos diversos divulgados no site do próprio "California Forever" mostram uma preocupação dos designers quanto a questões como energia sustentável, infraestrutura ecológica, espaços voltados a atividades comunitárias e mais. E, além disso, os investidores citam nesses discursos a urgência na criação de moradias mais acessíveis na Califórnia. Porém, eles esqueceram de dizer, é claro, o que seria feito para evitar os problemas reais que vemos crescer em qualquer organização social, como conflitos entre pessoas, greves de trabalhadores, problemas de abastecimento, politicagem, crescimento da criminalidade e venda de drogas, epidemias locais, poluição, mudanças climáticas, etc.
O que quero dizer é que, nada é tão perfeito quando sai do discurso para a prática. E que, mesmo com a melhor das intenções, não se pode salvar o mundo somente com os traços de engenheiros e arquitetos. É preciso mais! A pandemia da Covid-19 nos mostrou que só podemos viver nessa utopia se entendermos tal preocupação e cuidado para todo o mundo.
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Quem está por trás do projeto "California Forever"?
O projeto "California Forever" é liderado por Jan Sramek, ex-operador do Goldman Sachs, grupo financeiro multinacional sediado no centro financeiro de Nova York. A construção da cidade envolveria um consórcio chamado Flannery Associates e teria o apoio de bilionários como Reid Hoffman, co-fundador do LinkedIn, Laurene Powell Jobs e Marc Andreessen. A promessa é de, após a conclusão, haver investimentos também na geração de empregos locais. Mas, antes, é necessária a obtenção da aprovação dos eleitores e líderes da região para permitir usos urbanos em terras agrícolas, o que está em vigor desde 1984.
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Fontes: Metropolis.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.
