Desde o dia 1 de dezembro de 2023, a imprensa tem dado bastante atenção ao caso de Maceió. Para quem não acompanhou os últimos eventos, o Engenharia 360 explica melhor. Desde os anos de 1970, a empresa Braskem tem explorado as minas de sal-gema da região. Essa atividade aconteceu em 35 minas espalhadas pelo subsolo da cidade. Mas, infelizmente, isso trouxe consequências ruins. Agora parte do terreno de bairros está desabando, colocando a população em estado de alerta.
Como a exploração das minas de sal-gema afetou a região de Maceió?
Não sabemos as reais condições dessa exploração de sal-gema em Maceió. Porém, queremos destacar neste texto que a exploração inadequada de sal-gema pode, sim, pôr em risco um território se a mesma causar vazamentos de líquidos. Por exemplo, isso pode provocar a instabilidade de solo e o colapso das minas, fazendo surgir grandes crateras - o que justamente aconteceu na região do Mutange.
Especialmente em Maceió, a exploração já afetou os bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol, impactando mais de 200 mil pessoas. Comércios, residências e ruas começaram apresentar os sintomas graves ainda em 2018, com várias trincas e rachaduras que comprometeram a estabilidade e segurança das construções. Isso forçou a evacuação de muitas zonas. E os danos patrimoniais e ambientais não devem parar por aí, o que só o tempo deve revelar.
Quais substâncias são extraídas das minas de sal-gema?
Antes de tudo, é importante explicar o que são minas de sal-gema. Nesses locais, é realizada a extração de cloreto de sódio e outras substâncias, que podem ser usadas em soda cáustica e policloreto de vinila, por exemplo. Essa exploração, como bem se pôde entender antes, é feita a partir de escavação de poços, com a injeção de água para criar salmoura; então o cloreto pode ser retirado.
A saber, a Braskem, responsável pelas minas de sal-gema em Maceió, encerrou a extração. Porém, a empresa enfrenta hoje o risco iminente de colapso em uma das minas.
Quais medidas a Braskem tomou após o colapso das minas de sal-gema?
Quando surgiram os primeiros problemas de extração nas minas de sal-gema de Maceió, a Braskem encerrou as atividades na região, pagou indenizações, realocou os moradores afetados e começou a preencher as minas com areia e cimento, sob supervisão da Agência Nacional de Mineração (ANM). Atualmente, a empresa mantém monitoramento técnico contínuo das áreas afetadas para mitigar o risco de colapso, prevendo a conclusão das obras entre o final de 2024 e o início de 2025.
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O recente alerta de colapso de Maceió reacendeu debates entre população, políticos, além de especialistas e entidades profissionais ligadas às engenharias. Isso é válido, mas infelizmente chega tarde para Maceió.
Que possamos agora pelo menos ajudar aqueles que sofrem com esse desastre urbano e, olhando para frente, repensar a condução de atividades como essa de extração de sal-gema.
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Fontes: Carta Capital, UOL.
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Eduardo Mikail
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