Se você trabalha com engenharia ou está pensando em comprar um imóvel na planta, precisa saber como funciona o reajuste dos financiamentos imobiliários na planta. O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) é um indicador econômico que serve para medir quanto os custos da construção civil variam em determinado período, ou seja, quanto subiram ou caíram os preços de materiais, equipamentos e mão de obra, impactando os valores das obras em todo o Brasil.
Neste artigo do Engenharia 360, explicamos o que é INCC, para que ele serve, como é calculado e quais são as suas modalidades. Acompanhe!
O que é INCC?
Como explicamos no começo deste texto, o INCC é como um “termômetro” da construção civil. Inclusive, o índice é um dos componentes do IGP (Índice Geral de Preços) e corresponde a 10% do cálculo desse indicador mais amplo.
Esse índice foi criado em 1985 para substituir o antigo Índice de Custos da Construção (ICC), da década de 1940, que só abrangia a cidade do Rio de Janeiro. Com a descentralização da economia do país, tornou-se necessário criar um índice que considerasse diversas regiões brasileiras, ampliando sua abrangência para outras capitais – além do Rio, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Recife. Assim, ele representa melhor o cenário nacional.

Para que serve o INCC?
O principal papel do INCC é servir de base para reajustar os contratos de imóveis vendidos na planta, ainda em construção. Esses imóveis levam em média de 2 a 4 anos para serem entregues. Neste período, os preços dos materiais e da mão de obra geralmente aumentam. Portanto, para que as construtoras não tenham prejuízos e possam honrar os prazos, o valor das parcelas do contrato de financiamento é corrigido seguindo a variação do INCC.
Essa correção não é um juro, mas sim uma atualização do saldo devedor com base nas variações dos custos reais da obra. É a forma mais justa de manter o equilíbrio econômico entre quem constrói e quem compra. Com esta ferramenta, tem-se total transparência e previsibilidade nos valores das parcelas.
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Detalhe: quem compra à vista não sofre com reajustes pelo índice, mesmo que o imóvel ainda esteja sendo construído.
Como o INCC é calculado?
O Índice Nacional de Custo da Construção é calculado todos os meses pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). Esse cálculo leva em consideração três grandes grupos de custos:
- Materiais, equipamentos e serviços: engloba os preços de cimento, areia, aço, tijolos, tintas, ferramentas e serviços especializados.
- Mão-de-obra: considera os salários, encargos e benefícios dos trabalhadores da construção civil.
- Aluguel de máquinas e equipamentos: inclui o custo de utilizar guindastes, betoneiras e outros equipamentos durante as obras.
Esses valores são coletados em várias empresas e construtoras, analisados e ponderados de acordo com o peso de cada item no custo total da construção. O resultado deve mostrar uma variação percentual dos custos de um mês para o outro. Por exemplo, se em novembro o INCC subiu 0,51%, isso significa que os custos da construção ficaram 0,51% mais caros em relação a outubro.

Quais os tipos de INCC e suas diferenças?
Existem três modalidades de Índice Nacional de Custo da Construção, que se diferenciam pelo período de coleta dos dados:
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- INCC-M (Mercado): É o mais utilizado no setor imobiliário, medindo a variação de custos entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês de referência. Representa 10% do IGP-M.
- INCC-10: Calcula as variações de preços entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês atual, correspondendo a 10% do IGP-10.
- INCC-DI (Disponibilidade Interna): Mede as variações de custos do primeiro ao último dia do mês e compõe 10% do IGP-DI.
Embora os três tipos tenham metodologias semelhantes, a diferença nos períodos de apuração permite uma visão mais completa e contínua da evolução dos custos da construção civil.

Dicas para melhorar seu planejamento financeiro
Se você está pensando em comprar um imóvel na planta, considere o INCC no seu planejamento financeiro e evite surpresas. Avalie as publicações da Fundação Getúlio Vargas para entender o comportamento do índice ao longo dos meses. Inclua uma margem de segurança no seu orçamento para possíveis reajustes nas parcelas. E converse tanto com a construtora quanto com a instituição financeira para entender qual modalidade do INCC será usada e se há opções para minimizar seu impacto.
Já se você é um engenheiro civil, domine a lógica dos índices econômicos, pois eles são a base de qualquer contrato de construção. E além de acompanhar os boletins da FGV, aprenda a aplicar o índice em planilhas de orçamento. Saber atualizar custos e prever variações é uma habilidade muito valorizada no mercado.
Fontes: Remessa Online.
Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.
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Simone Tagliani
Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.
