Engenharia 360

O ensino na Engenharia Civil a partir de problemas práticos

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por Rafael Tadeu de Matos Ribeiro
| 30/10/2015 | Atualizado em 12/05/2022 3 min

O ensino na Engenharia Civil a partir de problemas práticos

por Rafael Tadeu de Matos Ribeiro | 30/10/2015 | Atualizado em 12/05/2022
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Uma metodologia de ensino diferente já começou a ser utilizada em cursos de graduação em Engenharia Civil. Chama-se “Aprendizagem Baseada em Problemas” (Problem Based Learning-PBL) e é um método em que o ensino é fundamentado na busca por soluções a problemas reais, sem a atitude muitas vezes passiva do método tradicional.

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O tema foi estudado por Luís Roberto de Camargo Ribeiro, doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, que afirma o quanto a Engenharia é influenciada pelas mudanças cada vez mais rápidas em nossa sociedade, principalmente devido ao conhecimento relacionado à aplicação tecnológica imediata na área.

O proposto não é abandonar de todas as bases metodológicas no ensino, mas adotar novas possibilidades que auxiliem no desenvolvimento do profissional. Ribeiro aponta em sua pesquisa que as aulas convencionais na Engenharia, em muitas universidades, estão relacionadas à racionalidade técnica: “Deste entendimento resultam currículos lineares, sequenciais e compartimentados […]. Seus conteúdos são transmitidos de maneira estanque, cabendo aos alunos a busca de integração e sentido para os mesmos, por intermédio de projetos/trabalhos ao final dos cursos, quando existem”.

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Sobre as primeiras experiências

As primeiras experiências com este sistema de aprendizagem aconteceram na Universidade McMaster, no Canadá, na década de 60. O método de ensino na Engenharia Civil já foi utilizado também em cursos de Medicina, Arquitetura e Design, e suas características consistem no enfoque no aluno. Além de aprender a teoria, o estudante tentar formular uma solução para determinado problema que poderia acontecer em sua trajetória profissional. Após definido o problema, inicia-se a troca de informações, o compartilhamento de ideias entre estudantes formados em grupos, até serem identificadas as principais linhas de pesquisa.

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O método destaca-se pela mudança de enfoque, que está geralmente centrada no professor. Este mantém seu papel fundamental na orientação dos alunos, mas percebemos como aumenta o leque de possibilidades de aprendizado, para além da teoria e dos conhecimentos padronizados. Há um estímulo à interação social durante os trabalhos em grupo, assim como um maior destaque das atitudes, habilidades, inovação, capacidade criativa e analítica de cada estudante.

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Sobre as futuras vantagens educacionais

Pelos conhecimentos específicos da Engenharia, o método ideal a ser aplicado, conforme o pesquisador, envolve a apresentação dos problemas, complementados pelas disciplinas, atividades e exercícios que vão trazer a solução dos mesmos. No Brasil, o método é utilizado em disciplinas de forma isolada, em universidades como a USP e a UFSCar.

É evidente que mudanças como esta são graduais, exigem novas visões e atualização das metodologias aplicadas pelos docentes, além de um novo planejamento nas instituições de ensino. Ribeiro destaca, entre as iniciativas no país, a importância de colocar o aluno em contato com a realidade profissional, superar os princípios teóricos e partir para a prática, além de aprender novos conhecimentos em rede, de maneira não linear.

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Os desafios são grandes, mas as vantagens educacionais que um novo método de aprendizagem pode trazer também são bastante representativas, principalmente na área da Engenharia.

Veja Também: A Engenharia nas escolas: despertando nas crianças o interesse pelas Ciências Exatas


Imagens: Reprodução Youtube.

Fontes: Techné, Tese: “A aprendizagem baseada em problemas (PBL): Uma Implementação na Educação em Engenharia na voz dos Atores”.

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