Acredite se quiser! A engenharia genética alcançou um feito extraordinário em 2025: a ressurreição do lobo-terrível (Aenocyon dirus), uma espécie extinta há cerca de 12.500 anos. Estamos falando de um predador icônico da América do Norte na era do gelo, muito semelhante àquele imortalizado na série “Game of Thrones”, lembra? Sua mandíbula era poderosa e a pelagem espessa, características que o permitiam caçar grandes presas em ambientes hostis. Para os cientistas, sua extinção foi uma perda significativa.
A empresa Colossal Biosciences de biotecnologia sediada em Dallas é que encabeçou essa empreitada. Essa pode ser a primeira desextinção de animal do mundo! Pensa bem no avanço que isso representa para a biologia, considerando todas as possibilidades para a restauração de ecossistemas antigos. Mas quais as consequências de tal manipulação na natureza? Até que ponto podemos chegar com o trabalho de clonagem e os benefícios podemos tirar disso? Comentamos o caso no artigo a seguir, do Engenharia 360!
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A estratégia inteligente e ousada da Colossal Biosciences
O mundo vive hoje uma crise ambiental severa, com milhares de espécies sob ameaça de extinção. Agora a engenharia genética, tendo como suporte outras tecnologias, promete não só a possível proteção dessas espécies e restauração de seus ecossistemas degradados, mas a desextinção de espécies, restaurando a vida em nosso planeta. Esse é o poder da ciência! Certamente estamos diante de um marco na história, um novo capítulo na saga da vida na Terra.
“Mas como trazer de volta o lobo-terrível?”. Antes de responder essa pergunta, precisamos entender os motivos que levaram os pesquisadores da Colossal Biosciences a considerar reintroduzir essa espécie na natureza, sobretudo em áreas protegidas e controladas. Pois bem, a intenção seria ajudar na restauração do equilíbrio ecológico em ecossistemas degradados e aumentar a biodiversidade. Como predador de topo de cadeia, esse lobo poderia influenciar na dinâmica populacional de outras espécies e alterar a estrutura da comunidade ecológica.
A saber, se tudo der certo, num segundo momento, poderia se considerar aumentar a diversidade genética de populações ameaçadas e até trabalhar com desextinções de outras espécies, melhorando a resiliência da natureza a doenças e mudanças climáticas.
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Detalhes técnicos da desextinção do lobo-terrível
Para trazer o lobo-terrível de volta à vida, a Colossal Biosciences utilizou uma combinação de soluções da engenharia genética, biologia, biotecnologia e medicina. Tudo começou com a extração e análise do DNA antigo do animal através de fósseis com até 72 mil anos de idade, o que foi um super desafio de paleogenético complexo. Depois, os cientistas sequenciaram os genomas do velho lobo, comparando com canídeos modernos. Aliás, eles identificaram as variantes genéticas responsáveis pelas características ( morfológicas e fisiológicas) únicas desse lobo. Nesse processo, foi utilizada a tecnologia CRISPR-Cas9.
Enfim, as células foram editadas, clonadas e transferidas para óvulos de doadoras, que foram implantados em barrigas de aluguel. Após um período de gestação bem-sucedido, nasceram os filhotes de lobo-terrível.
No total, foram realizadas 20 edições genéticas precisas no genoma das células de lobo cinzento. Isso foi feito utilizando a técnica de transferência nuclear de células somáticas. Na TNCS, o núcleo de cada célula foi transferido para um óvulo cujo o seu próprio núcleo foi removido. O óvulo resultante então estimulado a se desenvolver em um embrião, na sequência implantado no útero de uma fêmea receptora. E a gestação foi interespecífica.
O destino dos novos filhotes de lobo-terrível
Após o nascimento, os filhotes de lobo-terrível foram transferidos para um santuário de conservação de 2 mil acres, onde passaram a receber cuidados veterinários especializados e monitoramento contínuo. Os biólogos e veterinários responsáveis pelo local garantem que estão fazendo o possível para que esses animais tenham uma vida digna e saudável, com tudo o que é possível para atender suas necessidades físicas e comportamentais. Mas ainda será fundamental realizar estudos sobre esses novos lobos-terríveis de qualquer consideração sobre reintrodução em larga escala de espécies desextintas.
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A opinião dos cientistas sobre a prática da desextinção
A desextinção é um assunto bastante complexo, que levanta várias questões éticas. Alguns críticos argumentam que os recursos investidos em projetos como esse poderiam ser melhor utilizados na conservação de espécies naturais ameaçadas de extinção. E tem quem expresse a preocupação com o bem-estar dos animais desextintos e seu potencial impacto nos ecossistemas modernos. Fato é que não se sabe ainda muito bem sobre as consequências desse ato.
Será que estamos errando mais uma vez? Ou é a chance da humanidade corrigir erros do passado e restaurar a biodiversidade perdida na Terra?
Diante do impasse, a Colossal Biosciences defende seu trabalho. Ela dá como exemplo o que está fazendo pelo lobo-vermelho (Canis rufus), uma das espécies de lobo mais ameaçadas do mundo. Utilizando uma nova abordagem de clonagem não invasiva, a empresa conseguiu produzir duas ninhadas de lobinhos, aumentando a diversidade genética da população e contribuindo para a sua recuperação.
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Eduardo Mikail
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