As Paralimpíadas de Paris 2024 chegaram ao fim sendo consideradas um marco na história do esporte inclusivo. Primeiro porque este ano o Brasil bateu seu recorde de medalhas. Segundo, pois as competições foram mais inclusivas e acessíveis em termos de tecnologia. Porém, ainda há um longo caminho a se trilhar.
A engenharia deve continuar trabalhando para ajudar na inovação, sobretudo ao desenvolver projetos de equipamentos especializados, auxiliando sempre os atletas a obterem um melhor desempenho nas provas e elevando o nível de competição. Em breve teremos as edições de inverno. Vamos ver na lista a seguir, do Engenharia 360, o que foi novidade e o que mais explorar para redefinir o mundo do paradesporto.
1. Infraestrutura urbana de Paris mais acessível
Acessibilidade e inclusão eram alguns dos compromissos de Paris; mas se o evento de 2024 deu certo, ainda é cedo para dar um veredito final. Contudo, vale destacar que a capital da França era até então um dos locais na Europa que menos fornecia possibilidade de mobilidade para pessoas com deficiência terem acesso a produtos, serviços, informações e espaços de forma segura e autônoma. Mas a cidade estava comprometida em mudar este cenário.
Para as Olimpíadas e Paralimpíadas de 2024, o governo, o comitê esportivo e defensores dos direitos humanos planejaram reformas específicas para infraestrutura urbana e implementação de novas tecnologias. O objetivo era garantir que atletas, espectadores e turistas com diferentes necessidades de acessibilidade pudessem participar plenamente do evento, incluindo:
- adaptação de estações de metrô com elevadores e rampas;
- frota de ônibus adaptada a cadeiras de rodas;
- aplicativos de navegação por GPS com comandos de voz e beacons Bluetooth; e
- sistemas de autodescrição para acompanhamento dos jogos.
Resumindo, a primeira grande inovação de Paris 2024 foi um trabalho além da engenharia, mas só possível pela implementação de novas tecnologias, que é a promoção da inclusão social. Ao fornecer ferramentas e recursos que permitem a participação de atletas com deficiências, essas tecnologias estão desafiando estereótipos e inspirando pessoas de todas as idades e habilidades.
Sustentabilidade nas Paralimpíadas
Assim como citamos em nossas reportagens sobre as Olimpíadas, achamos que era válido lembrar neste texto quanto Paris trabalhou para organizar uma Paralimpíadas 2024 sustentáveis. A organização garantiu que 95% das construções sejam reutilizáveis ou temporárias, reduzindo o impacto ambiental. Além disso, a utilização de materiais reciclados, como assentos feitos de plástico reciclado, demonstra um compromisso com práticas sustentáveis.
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2. Tecnologias assistivas transformando a experiência dos atletas
Antes de tudo, vale explicar a definição de tecnologia assistiva. Trata-se de um conjunto de recursos, equipamentos, estratégias, serviços e mais que visam promover a funcionalidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, proporcionando autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
Podemos citar bons exemplos de inovação em tecnologia assistiva nas Paralimpíadas de Paris 2024:
- novos rifles optrônicos, combinados com ouvido eletroacústicos, para atletas com deficiência visual, transformando visão em som;
- equipamentos e componentes, como próteses e órteses, mais bem personalizados graças à modelagem em 3D, com estruturas mais leves e otimizados em termos de desempenho e segurança;
- bikes com amortecedores de choque avançados, mais responsivas ao terreno; e
- novas análises biomecânicas, simulações de competições e sistemas de monitoramento de desempenho, ajudando a identificar pontos fortes e fracos dos atletas, além de personalizar seus treinos para alcançar o máximo potencial.
3. Experiência dos torcedores nos Jogos transformada
Para finalizar esta lista de inovações, as novidades tecnológicas para as Paralimpíadas não se limitam aos atletas; a experiência dos torcedores nos Jogos também foi transformada. Um exemplo é o uso de campos interativos, permitindo que espectadores com deficiência visual acompanhem os jogos de futebol de cegos. Esses dispositivos ajudam a representar a posição da bola, permitindo uma experiência mais imersiva.
Outras tecnologias também estão sendo implementadas pelo comitê nas próximas edições. Como dispositivos robóticos que enviam imagens e atualizações para crianças em hospitais ou que não possam comparecer aos eventos.
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Tem ainda a "Agenda Olímpica de IA", que visa explorar como essa tecnologia de Inteligência Artificial para melhorar a segurança e a análise de desempenho, além de gerar resumos personalizados dos eventos quase que em tempo real. Por fim, a realidade aumentada e virtual estão sendo usadas para os torcedores assistirem às partidas com dados sobrepostos aos jogadores, criando uma experiência mais envolvente.
O futuro das Paralimpíadas: Desafios e oportunidades
Embora as inovações tecnológicas já tenham revolucionado as últimas edições das Paralimpíadas, incluindo a de Paris 2024, muitos desafios permanecem. A desigualdade de tecnologias assistivas entre países ricos e pobres é uma preocupação constante. Por isso, é preciso desenvolver mais projetos de engenharia e fechar parcerias entre governos, organizações esportivas e empresas para garantir que essas inovações sejam mais eficazes, seguras, duráveis, sustentáveis, ecológicas, econômicas e acessíveis para todos.
Olhando para o futuro, podemos esperar mais soluções inovadoras que irão revolucionar o esporte e promover a inclusão. As Paralimpíadas estão se tornando um laboratório de inovação, onde a ciência e a engenharia estão sendo aplicadas para criar um mundo mais justo e equitativo.
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Fontes: The Conversation.
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Eduardo Mikail
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