Em uma era de fake news, é sempre bom ter cautela sobre as notícias que você recebe. A situação pode ser ainda pior quando a Inteligência Artificial, uma das ferramentas tecnológicas mais bombadas dos últimos tempos, é coloca na história.
Alguns pesquisadores uniram as duas visando criar uma ferramenta contra propaganda on-line. Porém, o resultado foi um algoritmo capaz de criar uma notícia falsa muito mais convincente que a escrita por um ser humano. Daí a fake news super-realistas.
Criado para conter fake news
Basicamente, o algoritmo criado (chamado Grover) mostrou ótimos resultados para deter notícias falsas escritas por inteligência artificial, melhor que qualquer outra ferramenta disponível. Porém, em mãos maliciosas, ele pode fazer o papel de vilão e ser um grande gerador de fake news.
Os cientistas pretendem disponibilizar o Groover para o uso público. Isso poderia permitir que jornalistas sempre se certifiquem da veracidade de uma notícia antes de escrever sobre ela.
Por outro lado, também pode ser uma mina de ouro para quem gosta de divulgar informação falsa, situação que só piora quando as pessoas não confirmam a veracidade antes de fazer uma divulgação em massa (como publicar em grupos no Whatsapp, no Facebook ou no Twitter).
Por exemplo, ele é capaz de criar uma fake news relacionando o autismo a vacinas em diferentes estilos de escrita. Isso faz com que os leitores acreditem que o texto é verdadeiro pela forma como foi escrito, mas não é. Ao fazer um teste, o Grover foi capaz de escrever não só a reportagem no estilo da seção de Ciência do The New York Times, como também criou o nome do autor, citou o departamento de uma universidade e um órgão governamental de controle e prevenção de doenças.
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O Groover escreve o artigo e depois o refina no estilo de determinada fonte de notícias. Para isso, ele é alimentado com várias publicações.
Os pesquisadores estão cientes que a liberação do Groover pode ser uma arma poderosa. Porém, ao mesmo tempo, ele também pode ser uma solução para conter as fake news (mesmo as geradas por ele mesmo). Assim, a dica é sempre tomar cuidado com o que você lê e ir até à fonte verificar se ela foi mesmo publicada (porque pode ser uma montagem), verificar em outras fontes e, claro, duvidar quando a informação é muito absurda.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.