Quando se fala em geração de energia renovável solar, onde existe maior incidência de raios solares, com certeza o Egito é um dos primeiros países que vem na sua cabeça. Principalmente no deserto!
Mineiro, Guilherme, de 26 anos, vivi na “pele” durante 45 dias o que é ser um cidadão Egípcio, sendo imerso pela cultura do dia a dia, religião, costumes e trabalho em uma Startup com segmento solar. Neste texto eu conto como foi minha experiência.
Rotina de trabalho:
A startup atua no segmento de Energias Renováveis, mais especificamente, energia Solar. Sendo responsável por projetos com capacidade de geração de até 1650 MWp.
A rotina de trabalho era bem flexível, o horário de trabalho era de 09h00min às 17h00min. Variando conforme a necessidade minha e da empresa. A semana no Egito começa no domingo e termina na quinta (os finais de semana são sexta e sábado).
Nos finais de semana, eu participava de projetos da ONG responsável pelo projeto. Dessa forma, aproveitávamos para conhecer a região e desfrutar das maravilhas, e portanto, com certeza as pirâmides eram uma das atrações principais.
O que eu fazia lá:
Eu era parte de um time de acadêmicos de Engenharia Elétrica e Mecânica, composto por brasileiros e indianos. Eramos responsáveis por projetar, dimensionar e propor ideias de maior eficiência energética. Por exemplo, em locais onde haviam particularidades como: prédios e árvores que causavam sombreamento em determinado local, ou também melhor posicionamento das placas fotovoltaicas, conforme o tamanho e formato do terreno onde seriam instaladas.
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O time de Engenharia era composto por engenheiros de diversas áreas, tais como Elétrica, Mecânica e Civil.
Remuneração:
O estagio foi feito totalmente de forma voluntária, não sendo fornecido nenhum tipo de salário. Tão bem quanto a ajuda em transporte e alimentação, a ONG prestou ajuda apenas com a taxa de hospedagem. Como foi fechado o pacote de 45 dias, houve um desconto bem atrativo.
A busca pelo conhecimento e em querer agregar valor e fazer a diferença foi o melhor salário que eu poderia receber. Houve bastante troca de conhecimento voltado para Engenharia, cultura e experiências.
A melhor parte de ter trabalhado em uma Startup no Egito e o que mais gostei:
Foi fascinante ver a forma como trabalhavam, em um ambiente descontraído, com foco no bem estar e desenvolvimento pessoal. Mas nunca deixando a responsabilidade de lado. Eu senti na pele como era ser um engenheiro trabalhando no Egito.
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O que aprendi:
Foi a minha primeira experiência em trabalhar com engenheiros de outras áreas. No Brasil, faço parte de um time de assistência técnica em grupos geradores de energia, e no Egito houve a oportunidade de trabalhar com Mecânicos e Civis, fazendo estudos estruturais. Foi incrível e a troca de conhecimento teórico foi bastante interessante.
Um presente:
Foi um presente ter vivido momentos que hoje são uma história. Mas, mudou o meu modo de ver as coisas, em outras palavras, também fará parte do meu futuro.
O que eu aprendi nestes dois meses no Egito, é algo que levarei para o resto da minha vida. Entender que o capitalismo faz parte de nossas vidas, mas ter em mente que o respeito e o trabalho em equipe deve existir; independente da religião e classe social.
Abaixo a foto do presente de despedida, um chaveiro com o meu nome no dialeto Árabe, pelo meu chefe e amigo Eslam Mohamed.
Certificação:
Recebi o certificado de conclusão do estágio, sendo destacado:
- Designer e projetos de placas solares;
- Desenvolvimento em softwares SketchUp & Pvsyst;
- Planejamento de projetos, componentes de PV, instalação e construção de planta fotovoltaica.
Realizei treinamentos internos na Startup sobre desenvolvimento de negócios e noções básicas de empreendedorismo, projetos e estudo de mercado. Em outras palavras, o básico do que é necessário para se tornar um empreendedor e começar uma startup do zero!
Passeios que fizeram a diferença como Engenheiro:
O principal passeio como turista que mexeu muito com o meu lado Engenheiro foi a visita na High Dam, na tradução: a Grande Barragem de Aswan. Trata-se de uma hidrelétrica que é responsável por suprir 15% de todo o território Egípcio com Energia Elétrica. Ela é composta por 12 turbinas, sendo cada uma equivalente a 175.000 KW e tem uma vazão de 346 mil litros de água por segundo.
Conselho para jovens da área de engenharia que buscam desafios como este:
Tenha sempre em mente onde você quer chegar e faça planos dentro da sua realidade; dê o seu melhor e aproveite cada momento. Não sacrifique todo o seu tempo para trabalhar e estudar. No entanto, procure tirar folgas para se divertir e conhecer novos lugares e pessoas. Isto para mim no Egito foi uma válvula de escape.
Além disso, sempre estude inglês! Sabendo falar inglês você tem a oportunidade de viajar o mundo, apesar de até mesmo o país de destino não possuir a língua inglesa como oficial.
Pare de sonhar e vá viver os seus sonhos.
Comentários
Guilherme Soares
Profissional com formacao em Tecnico em Eletronica formado pelo SENAI e Engenheiro Eletricista formado pelo Centro Universitario Una, com experiencia em projetos eletricos e dimensionamentos incluindo especificacao de equipamentos como banco de baterias, Retificadores, UPS/Nobreaks, Transformadores e Grupos Geradores de Energia. Hoje atua como especialista tecnico em Grupos Geradores na Alemanha.