Já pensou em pilotar um super Ford Mustang? Pois é: recentemente, tivemos esse privilégio. Testamos um modelo Mustang Mach-E GT, e a experiência foi simplesmente incrível. Sem dúvidas, esse veículo é um verdadeiro show de engenharia, design e tecnologia que desafia limites tradicionais tanto de carros esportivos quanto de SUVs elétricos.
É curioso quanto a Ford parece ter acertado nesse modelo, criando uma máquina que consegue ser um crossover prático e, ao mesmo tempo, guardar no DNA a alma do famoso cavalo empinado. A analogia faz sentido — e você vai entender por quê.

Depois de rodarmos com o Mach-E GT, ficou claro que ele não se limita ao simples “é rápido”, entregando algo além do óbvio. É, de fato, um carro que chama a atenção por onde passa; a galera para, se vira e comenta. Sem dúvidas, é um veículo muito legal.
Siga neste artigo do Engenharia 360 e mergulhe conosco na engenharia escondida por trás do capô (e não é um motor V8), no design que divide opiniões e nas soluções tecnológicas que parecem ter saído de um filme de ficção. Vem com a gente nessa análise completa!
Primeiras impressões do Ford Mustang Mach-E GT
Precisamos admitir que a silhueta do Mustang é mesmo inconfundível. E para o modelo Mach-E GT, a Ford pegou a receita da versão clássica e elegante — com linhas fluidas, capô longo que esconde um porta-malas dianteiro de 139,5 litros, teto caído, faróis triangulares agressivos, e as lanternas traseiras com as icônicas três barras em LED — e combinou com um design de SUV moderno — destaque para as rodas de 20 polegadas com pinças de freio vermelhas e os detalhes em preto no teto e nas colunas. O resultado? Um mix de reações.
O carro é realmente bonito e potente. Mas gostaríamos destacar que, na opinião de alguns condutores, por ser 100% elétrico, mereceria um outro nome, talvez para honrar o nome Mustang raiz V8 a combustão (os quais já testamos anteriormente).
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Aposto que você não reparou, mas, olhando nas imagens… cadê as maçanetas? Pois é, sumiram! No lugar, temos botões eletrônicos. Você aproxima com a chave ou com o seu smartphone e clica em um botão na coluna da porta; pronto, abriu. Segundo consta, essa solução futurista ajudaria a reduzir o arrasto aerodinâmico do veículo (apenas 0,292).


Interior do veículo
Entrando dentro do Mustang Mach-E GT, vale tirar um tempinho para admirar o design minimalista adotado pela Ford. Quase não há botões físicos. Em contrapartida, no centro do console, tem-se uma tela vertical gigante (15,5 polegadas). E atrás do volante outra tela (10,2 polegada) dedicada a cuidar dos instrumentos. Para completar, desfrutamos dos bancos esportivos confortáveis, com materiais premium (sintético ActiveX e inserções de suede) e costuras em cobreado e brancos.
Apesar dos materiais premium, o interior lembra o de outros elétricos e não apresenta certos diferenciais, assim como esperávamos. Talvez, poderia ter um toque mais esportivo para estar mais alinhado ao nome Mustang. O que acham?





A interface SYNC 4A deve ser utilizada para o gerenciamento do sistema de infoentretenimento, navegação por GPS nativo, conectividade wireless com Apple CarPlay e Android Auto, mais um belo sistema de som Bang & Olufsen com nove alto-falantes e subwoofer (áudio somando 560 watts). E a cereja do bolo tecnológico é a assistência à condução, com o BlueCruise 1.2, que combina controle de cruzeiro adaptativo inteligente com a centralização de faixa.
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Sobre a potência desse SUV 100% elétrico
Atenção, entusiastas de tecnologia! A Ford assumiu bem esse risco calculado de transformar um Mustang em SUV crossover elétrico.
A engenharia dessa máquina de 2.278kg que testamos faz mesmo jus ao GT Performance. O coração desse superesportivo elétrico é composto por dois motores elétricos de corrente alternada, um em cada eixo, garantindo tração integral (eAWD). A potência combinada chega a 487 cavalos e um torque instantâneo de 87,7 kgfm, que permite a aceleração de 0 a 100 km em impressionantes 3,7 segundos.

Quer mais? O Ford Mustang Mach-E GT vem com sistema de suspensão adaptativa magnética MagneRide, com braços independentes McPherson na frente e multibraço na traseira. Essa tecnologia permite que a suspensão se ajuste rapidamente para manter a carroceria estável em curvas e minimizar a rolagem.
E para parar a máquina? O sistema de freio de alto desempenho utiliza discos ventilados nas quatro rodas. Os discos dianteiros, por exemplo, têm 385 milímetros de diâmetro e contam com pinças pintadas de vermelho. O mais legal é que todo o sistema está interligado ao freio regenerativo dos motores elétricos, recuperando energia em vez de apenas desperdiçá-la como calor.
E finalmente, a engenharia da bateria de 596 kg
Claro que todo esse desempenho do Mustang Mach-E GT só é possível graças à engenharia elétrica robusta. Nesse caso, há uma bateria de íons de lítio de 12 módulos com composição de níquel, cobalto e manganês localizada sob o assoalho, entre eixos, o que ajuda a manter o centro de gravidade baixo e a estabilidade. A capacidade é de 91 kWh (capacidade de alcance estendido, ou Extended Range).
Segundo a Ford, toda a arquitetura desse sistema foi muito bem planejada para que a bateria trabalhe na temperatura ideal de 28°C através de um eficiente sistema de arrefecimento a líquido, essencial para a durabilidade e performance, que têm garantia de 8 anos ou 160.000 km.
Processo de carregamento
E para quem estava perguntando sobre autonomia, o Mach-E GT alcança 379 km com uma carga completa pelo ciclo brasileiro (INMETRO). Já no padrão europeu (WLTP), o valor sobe para 541 km.
É possível utilizar tomadas Tipo 2 (corrente alternada – AC) e CCS (corrente contínua – DC). No dia a dia, a melhor opção é o carregador residencial 7kW (AC), que carrega de 0 a 100% em cerca de 14 horas.
Aliás, vale notar que, para otimizar o uso, as recargas rápidas (DC) são a melhor opção, enquanto os carregadores residenciais (AC) são considerados os menos eficientes para o dia a dia.



Os diferentes modos de condução disponíveis
A experiência de pilotagem no Ford Mustang Mach-E GT pode ser totalmente personalizada através dos modos de condução, que alteram a distribuição de torque, a resposta do acelerador e até o “som” do carro:
- Whisper (Sussurro): Ideal para pisos escorregadios, potencializa o controle de tração para manter a aderência.
- Engage (Engajado): O modo normal e equilibrado para o dia a dia, combinando a serenidade silenciosa de um elétrico com a performance divertida de um Mustang.
- Unbridle (Desenfreado): O modo esportivo puro. Melhora a resposta do acelerador e da direção, adicionando uma trilha sonora mais alta e aceleração mais rápida.
- Unbridle Extended (Desenfreado Estendido): Mantém a condução esportiva, mas otimiza a carga da bateria.
Entretanto, é importante ressaltar que há a opinião de que o modo Unbridle Extended não otimiza a bateria, mas sim diminui a autonomia do veículo.


Veredito final do Engenharia 360
Talvez essa reinterpretação de um ícone — unindo sustentabilidade, praticidade de SUV e performance de supercarro — representa a engenharia automotiva do futuro. Dirigir um Mach-E GT nos fez entender que a próxima era dos esportivos pode não estar no ronco, mas no choque silencioso de uma aceleração que desafia as leis da física. Essa é a conclusão que temos sobre a coragem da Ford de chamar esse elétrico de Mustang.
Enfim, o cavalo selvagem foi eletrificado. E ele está mais forte do que nunca.

Veja Também: Confira como foi dirigir o Mustang GT, o V8 lendário que desafia gerações
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Eduardo Mikail
Engenheiro Civil e empresário. Fundador da Mikail Engenharia, e do portal Engenharia360.com, um dos pioneiros e o maior site de engenharia independente no Brasil. É formado também em Administração com especialização em Marketing pela ESPM. Acredita que o conhecimento é a maior riqueza do ser humano.
