A engenharia civil é uma das “tradicionais”. Tanto que, quando você diz que é engenheiro(a) ou que faz engenharia, muitas pessoas perguntam se é civil. Porém, ao longo dos anos, a área acompanhou os avanços tecnológicos e seguiu tendências que fizeram com que ela sofresse algumas modificações. Para tirar suas dúvidas, nós vamos desvendar algumas verdades sobre a carreira de engenharia civil.
Dias de glória e dias de luta no mercado
Pouco mais de dez anos atrás, a engenharia passava por seu grande boom e era uma das carreiras mais promissoras no momento. Com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 à vista, conseguir um estágio ou um emprego era, certamente, mais fácil que hoje. Após esses dois grandes eventos e um cenário político e econômico nada favorável no Brasil, a demanda por profissionais despencou. Vários engenheiros foram demitidos e as vagas foram fechadas. A esperança é de que o mercado volte a se aquecer em breve.
Procura pela carreira
Porém, mesmo com os tempos sombrios no mercado de engenharia civil, o curso ainda está com alta procura no vestibular. Outras engenharias ganharam destaque na visão dos estudantes, mas a civil continua tradicional e muito bem vista pelos alunos (e por familiares que colocam aquela pressão na hora da escolha do curso).
É preciso gostar de exatas para ser engenheiro civil
Eis uma questão complicada. Você não precisa morrer de amores pela matemática/física/química para ser engenheiro civil. O que você precisa é aprender bem os conteúdos, saber aplicar na vida profissional e fazer um trabalho eficiente. Então, se você tolera essas matérias, já é um primeiro passo. O problema é passar 5 anos (ou mais, muito mais), encarando disciplinas com as quais você não se identifica e, depois, passar o resto da vida fazendo algo que é fatigante para você. Normalmente, o que acontece é: ou você entra gostando de exatas, ou você aprende a gostar. Você vai perceber que fazer engenharia é um grande processo de descoberta sobre suas preferências.
Outro viés importante que deve ser considerado é que nem todos os engenheiros civis trabalham com essas disciplinas diretamente. Alguns vão para áreas administrativas e cargos de liderança. Obviamente, parte deles precisa compreender o que está acontecendo para verificar se o serviço foi realizado com qualidade.
É uma área para homens, só que não!
Não, não e não! Qualquer mulher pode ser engenheira civil, sim! Isso de que engenharia é para homens e que obra não é lugar de mulher é uma ideia que está mais que ultrapassada.
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O problema é que a ideia ultrapassada ainda está enraizada em algumas cabeças, então o espaço das mulheres na engenharia civil ainda é pequeno. Por exemplo, no ano passado, elas representavam um pouco menos de 20% dos profissionais de engenharia civil registrados no Confea (Conselho Nacional de Engenheiros e Agrônomos). Um número pequeno, mas que esperamos que cresça nos próximos anos. É preciso que as meninas sejam incentivadas na descoberta de sua carreira (independentemente de qual seja) e que a barreira sobre profissões masculinas e femininas seja quebrada.
O mercado
O mercado para estagiários
Infelizmente, a ideia de que um estudante de engenharia civil consegue um estágio fácil e ganha bem foi por água abaixo nesses últimos anos. A situação está feia para praticamente todas as engenharias e, embora seja um colaborador importante, a vaga do estagiário é sempre uma das primeiras a ser cortada. Claro que há exceções, quando as empresas cortam as vagas dos funcionários e mantém estagiários, mais baratos. O problema é que a alta rotatividade do cargo pode acarretar a redução da produtividade, já que é necessário que o novo estagiário aprenda e domine a rotina.
O mercado para engenheiros
A engenharia civil é uma área diversificada e o profissional pode atuar em vários setores. A vantagem é que, por ter engenharias que derivam dela, um engenheiro civil pode fazer tarefas que seriam, normalmente, atribuídas a outros profissionais. Uma especialização ou experiência na área podem aumentar as chances de que isso aconteça.
Porém, se você acha que vai sair da graduação com um emprego maravilhoso, um salário fantástico e um carrão na garagem, pode tirar o cavalinho da chuva. A não ser que você seja uma pessoa com muita sorte. A parte boa é que quem é contratado como engenheiro tem uma boa renda devido ao piso salarial dos engenheiros. O problema é justamente conseguir ser contratado como engenheiro. No mercado atual, há muitas vagas para analista e outras variações com piso salarial menor.
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A carreira de engenharia civil
A verdade é que quase tudo depende da oscilação do mercado. Se a demanda por engenheiros civis é alta, então é mais fácil encontrar emprego/estágio e ganhar bem. Porém, se o mercado está ruim, a situação é totalmente contrária.
Se você acredita que nasceu para ser um engenheiro civil, não desista. Nós sabemos que o percurso é difícil e que o resultado nem sempre é aquele que esperávamos. A vida, de modo geral, é um tanto frustrante. Por outro lado, se você achava que era o curso ideal, mas descobriu que não se encaixa, está tudo bem em trocar de profissão. O importante é fazer aquilo que você gosta e ser feliz.
Fontes: G1; Guia da Carreira; Confea.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.