Como aspirantes a engenheiros, gostamos de ver as coisas funcionando e por isso participar de aulas experimentais costuma ser empolgante. Tudo é muito legal enquanto vemos esferas rolando em superfícies rugosas, blocos de concreto estourando no laboratório e materiais sendo retorcidos, até que lembramos da parte chata: o relatório da aula prática. Mas a gente organizou algumas dicas para elaborar um relatório experimental e também tentamos explicar a importância dele.
Como motivação, é importante lembrar que a escrita de relatório experimental vai orientar você a apresentar informações de uma forma concisa e organizada, além de exercitar habilidades sociais como organizar as tarefas da equipe e gerenciar o tempo dedicado a outras matérias. (Sim, a gente também passou por isso...)
A questão é que, no futuro, seu (ou sua) chefe não vai
aceitar dados brutos e vai precisar que você contextualize o tema (que
provavelmente estará empilhado na mesa há dias), trabalhe o que foi obtido
em campo e tire conclusões a respeito. Isso se assemelha ao que acontece na
aula prática, em que, por mais que possa parecer óbvio o fenômeno visualizado,
ele ainda precisa ser descrito, quantificado e explicado para que alguém que
não estava na aula seja capaz de entender. Encare isso como um exercício útil e
as coisas vão ficar mais fáceis.
Mas, como a gente também passou por isso e entende que a preguiça pode falar mais alto, juntamos uma ideia de estruturação para seu relatório experimental.
Estrutura típica de um relatório experimental
Título
Escolha um título claro, que indique do que se tratou a
prática.
Introdução e objetivos
A introdução visa contextualizar o experimento e indicar sua
importância. O grau de detalhe vai depender da exigência do professor. É
conveniente trazer embasamento por meio de referências bibliográficas incluídas
aqui.
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O objetivo tem que ser apresentado de forma clara, afinal,
foram usados recursos para executar o experimento e ele precisa ter um
propósito.
Materiais e métodos
Pode parecer óbvio, mas é importante listar tudo o que foi usado na prática e detalhar a metodologia aplicada. No futuro, você vai precisar fazer listas de materiais para levantamento de custos, por exemplo. A descrição de métodos, por sua vez, é importantíssima para nós engenheiros, que precisamos seguir protocolos o tempo todo. O uso de diagramas e desenhos experimentais é muito útil aqui, ajudando a ilustrar seu relatório de prática.
Dados
Não deixe de incluir os dados de entrada que foram
utilizados na realização do experimento. Pode ser apresentado na forma de
tabela.
Resultados
Aqui, finalmente, você indica o que foi obtido no experimento. Em geral, são aquelas anotações feitas no laboratório, agora organizadas na estrutura do relatório experimental. Os resultados podem ser apresentados na forma de tabelas, gráficos, dentre outros. Não deixe de descrever em palavras o que eles representam, porque não necessariamente os números serão autoexplicativos.
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Esse tópico pode ser combinado ou não com a sessão de
discussão de resultados.
Discussão
Aqui você explica os resultados, apresenta cálculos derivados do que foi obtido na sessão anterior e esclarece pontos importantes.
Conclusões
Finalmente! Agora é curtinho. As conclusões podem ser apresentadas
em tópicos ou em texto corrido. Aqui você aponta, resumidamente, o que
aconteceu e o que isso significa de maneira geral.
Referências
Provavelmente você utilizou alguma fonte bibliográfica na introdução ou mesmo na discussão dos dados. Não deixe de apresentar as referências!
Virando uma rotina e pegando o jeito no escopo, a elaboração
de relatórios de prática não vai ser tão cansativa. No mais, se organizar
direitinho, todo o mundo passa! 😉
Veja Também: Como o relatório A3 pode te ajudar a ser um solucionador de problemas
Fontes: ThoutCo.; UoGuelph.
Comentários
Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.