Para quem estuda Engenharia Hídrica, termos como barragem, açude e represa são bastante comuns. Mas, para quem não é da área, podem muito bem ser confundidos. Você já se perguntou qual a diferença entre essas estruturas? Descubra no artigo a seguir, do Engenharia 360, os aspectos técnicos e práticos que distinguem barragens, açudes e represas!
Diferenças entre barragem, açude e represa
Barragem
Barragens são estruturas construídas especialmente para a retenção de água, ou seja, são reservatórios. Sua construção (sobre rios ou córregos) está geralmente relacionada a tentativa de controle de inundações, geração de energia elétrica, fornecimento de água para irrigação, abastecimento público e até recreação. Sendo assim, são modelos de Engenharia Civil projetados especialmente para suportar grandes pressões hidrostáticas, podendo serem feitos em diversos materiais.
- Barragens de terra: construídas com solo compactado, são as mais comuns e geralmente utilizadas em áreas rurais;
- Barragens de concreto: construídas com concreto armado ou protendido, são mais seguras e duráveis, mas também mais caras;
- Barragens de enrocamento: construídas com pedras e outros materiais rochosos, são mais adequadas para terrenos acidentados;
- Barragens de materiais compósitos: combinam diferentes materiais, como terra, concreto e enrocamento, para otimizar suas características.
Em resumo, o propósito da criação das barragens é controlar o fluxo de água, armazenando-a durante períodos de excesso e liberando-a quando necessário, proporcionando assim benefícios sociais, econômicos e ambientais.
Veja Também: Quais as principais causas do rompimento de barragens?
Açude
Açudes também são reservatórios. Contudo, essas são estruturas bem menores e simples em comparação com as barragens, e quase sempre vistas construídas (em córregos ou riachos) apenas em propriedades rurais, usadas para o armazenamento de água para uso agrícola, pecuário ou ainda para o controle de cheias e recreação - atendendo às necessidades específicas das comunidades locais. Podem ser feitas de terra compactada, concreto ou até mesmo plástico reforçado com fibra de vidro.
A saber, aqui no Brasil, os açudes são mais comuns em regiões semiáridas (em cursos intermitentes ou em áreas com depressões naturais), onde a água é um recurso escasso.
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Represa
Por último, mais um modelo de reservatório, mas que difere dos outros exemplos deste texto em termos de finalidade. Enquanto as barragens são multifuncionais, as represas são tipicamente utilizadas para armazenar água para abastecimento humano, industrial ou agrícola. O único objetivo da sua construção é a geração de eletricidade, sendo parte fundamental da infraestrutura de muitas hidrelétricas fornecedoras de energia limpa e renovável.
As represas são modelos de engenharia bastante complexos, construídas (em grandes rios represados) para criar reservatórios extensos (com milhões de metros cúbicos) que, de quebra, ainda podem fornecer água para outras finalidades, como navegação e irrigação. Nesse caso, a água é retida pela estrutura e liberada via turbinas hidráulicas para acionar geradores elétricos.
Qual tipo de estrutura de escolher
Segundo as explicações anteriores, podemos concluir que, para a Engenharia Hídrica ou Engenharia Civil, as diferenças entre barragem, açude e represa estão na escala, finalidade e estrutura. Dos três tipos de reservatórios de água, as barragens apresentam o maior tamanho, opções de uso, capacidade e complexidade estrutural. Mas, na dúvida, precisando escolher entre eles, considere os seguintes fatores:
- Objetivo da construção: qual a finalidade do reservatório?
- Localização: qual a topografia e as características geológicas do terreno?
- Disponibilidade de água: qual o volume de água disponível na região?
- Recursos financeiros: quanto se está disposto a investir na construção?
Lembrando que todas essas estruturas têm impactos significativos no meio ambiente e nas comunidades locais. Elas podem alterar ecossistemas, afetar a vida aquática, deslocar comunidades e até mesmo modificar o clima local. Portanto, é essencial considerar cuidadosamente os impactos ambientais e sociais ao projetar e implementar essas estruturas.
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Fontes: Associação Rondoniense dos Engenheiros Ambientais.
Imagem de Capa: Parque Nacional de Brasília de nível Federal - Ilza Fujiyama em Wikipédia.
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Eduardo Mikail
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