Olha só que notícia bizarra que saiu nas mídias nesta semana! Um preso fugiu de um presídio em Foz do Iguaçu, no Paraná, mas foi capturado. O curioso é que a estrutura prisional de segurança máxima e média, Penitenciária IV, para presos de maior periculosidade, tinha sido recém inaugurada há poucos dias. Ela passou por uma série de obras, incluindo na sua muralha. Ao todo, R$ 20 milhões de recursos do governo foram gastos. Dito isso, fica a dúvida sobre como este preso escapou desta estrutura?
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Afinal, como é a estrutura de uma prisão de segurança máxima?
É interessante falar sobre isso, pois pode acontecer de uma empresa, sendo da área de arquitetura e engenharia civil, vir a trabalhar com um projeto de construção ou reforma de prisão. Esse tipo de obra não é algo comum, mas é algo necessário de tempos em tempos, sendo solicitado por governos estaduais ou pela União. E uma das questões iniciais deste trabalho é a montagem do plano de necessidades, que deve guiar todo o projeto arquitetônico e, posteriormente, o estrutural.
Lançamos, a seguir, um breve resumo dos principais setores de uma prisão:
- Celas: um presídio comum deve ter centenas de ambientes assim, dividido em diferentes módulos. Em estruturas de segurança máxima, as celas costumam ser individuais, tendo 6 m², com espaço para cama - com colchão de material não inflamável -, sanitário, pia e chuveiro, mesa e assento - tudo fixo, feito de cimento. Lembrando, sem nenhum sistema de comunicação externo ou tomadas elétricas!
- Pátio aberto: nas prisões, uma área, dimensionada para três pessoas, é reservada para banhos de sol - que os presos têm direito a fazer por duas horas ao dia. Ela deve ser cercada. E deve-se planejar muito bem o trajeto de percurso em que fará o preso da cela até este pátio. Do mesmo modo, da cela ao parlatório, o pátio onde ele receberá suas visitas, dimensionado para duas pessoas.
- Torre de vigilância: este é o local onde os agentes policiais devem fazer o monitoramento da unidade de segurança máxima. É interessante que, em algum ponto da muralha, seja instalado um sistema bloqueador de celular, para coibir o crime organizado. Contudo, é realmente um desafio enorme conseguir isolar totalmente os presos sem comprometer a operação, que deve ser controlada por sistemas remotos.
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Qual o tipo de material pode ser utilizado para construção de prisões?
Para explicar esta questão, trouxemos outra história para este artigo. Em 2015, a Construtora Verdi Sistemas Construtivos foi acusada de utilizar um material de má qualidade na construção de um presídio de segurança máxima. Se fosse verdade, isso comprometeria a estrutura, sobretudo da torre de vigilância, que ficaria mais frágil. Infelizmente, numa situação de rebelião, os presos tentaram cavar as celas com objetos cortantes. E foi neste episódio que os servidores alegaram que o material utilizado na construção era de isopor.
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Agora, a construtora rebateu as denúncias. Primeiro, lembrando que nenhum sistema construtivo iria suportar danos pelo uso de ferramentas, como barras de ferro, chapas de aço e blocos de concreto, que são eventualmente usados como armas. Além disso, a engenheira responsável lembrou que, neste caso, foram usados módulos industrializados executados em concreto branco de alta resistência e GRC (concreto reforçado com fibra de vidro). Por fim, que estas tecnologias são testadas e comprovadas através de pesquisas em universidades, além de diversas obras já executadas neste sistema.
Que estes exemplos de casos de projetos de prisões de segurança máxima sirvam de exemplo para seus próprios projetos!
Observação: a polícia do Paraná não divulgou, claro, como o preso fugiu da penitenciária. Apenas afirmou que um procedimento administrativo foi aberto para investigar as circunstâncias da fuga.
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Fontes: Gaucha ZH, Cada Minuto, UOL.
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Eduardo Mikail
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