Já assistiu ao filme “Aqui” ou “Here”, estrelado por Tom Hanks neste janeiro de 2025? Não? Tudo bem, porque este texto do Engenharia 360 nem é uma “publi”. Queremos apenas conversar com você sobre como essa obra cinematográfica abriu uma discussão importante: a utilização de tecnologia de Inteligência Artificial.
Muito além da indústria do entretenimento, as IAs já são exploradas para criação de anúncios de tudo o que é tipo de coisa - inclusive política. Acontece que isso nem sempre é algo positivo, principalmente quando o intuito é confundir a população com inverdades (o famoso fake news).
Claro que é admirável ver como essa inovação é capaz de auxiliar os atores a atuarem em personagens mais novos ou mais velhos, humanos ou super-heróis, monstros, etc. Vimos isso já com "Avatar" e "Indiana Jones", sucessos de bilheteria. Porém, quais as implicações dessa exploração de IA para o futuro do cinema? E mais, implicações nas novelas, publicidades, animações, dublagens, traduções, redações, composições e outras criações audiovisuais? Imagine, então, na engenharia!
A revolução da Inteligência Artificial em Hollywood
Vamos começar este artigo explicando o que acontece no filme “Aqui”. Na história, podem-se ver cenas com os atores Tom Hanks e Robin Wright - os mesmos que participaram do premiado longa Forrest Gump, de 1994 - mais rejuvenescidos e mais velhos do que estão hoje. Isso graças ao uso de uma Inteligência Artificial considerada inovadora no ramo digital. Mais interessante ainda é que, durante todo o processo de gravação, a câmera foi mantida estática, no mesmo ângulo.
Sabe-se que, por tudo isso, que os gastos com a produção e contratação de elenco foram baixos. Já a Inteligência Artificial… há boatos de que sua elaboração e uso saíram caros; foi até preciso utilizar supercomputadores para gerar as cenas. Mas a proposta dos autores era mesmo apresentar uma narrativa única, que permitisse aos espectadores vivenciarem a passagem do tempo de maneira inovadora, evocando nostalgia. Então, será que valeu a pena?
O problema é que agora Hollywood pode aproveitar a “onda” do momento e jamais deixar de usar a Inteligência Artificial para acelerar e aprimorar trabalhos. Afinal, por que perder tempo e dinheiro com maquiagem pesada ou CGI? Com Inteligência Artificial, dá para ajustar de imediato as performances instantaneamente, melhorando a precisão dos movimentos e das expressões faciais.
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Então, pode-se dizer que estamos vendo o começo de uma nova era para as artes! E quando falamos em artes, isso também faz relação com arquitetura, engenharia e construção civil.
A transformação do cinema com as novas tecnologias
Para entender como está a transformação do ramo digital com as novas tecnologias, pegamos como exemplo o filme “Aqui”. Neste caso, a IA foi utilizada para mapear e simular as características físicas dos atores em diferentes idades. A supercomputação permitiu que o trabalho de pós-produção fosse realizado de maneira praticamente imediata.
Inclusive, diferente de Avatar, no longa com Tom Hanks, a tecnologia ajudou a criar uma representação precisa dos personagens, sem depender de marcações físicas nos rostos dos atores; o que para a equipe foi uma vantagem, permitindo mais concentração nas performances e menos nos efeitos visuais - que ficou a cargo da inteligência.
Na fase um, a captura de movimento durante as filmagens via sensores. Na dois, o supercomputador processando informações, criando versões digitais dos atores, e trabalhando nas suas imagens - a depender do prompt lançado para geração de efeitos especiais - quase que instantaneamente.
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Comparando com os trabalhos de engenharia
Na engenharia e áreas afins, sentimos as mudanças do lançamento de IAs. Assim como em outros setores do mercado, vemos esse tipo de ferramenta sendo utilizada para acelerar processos - já conversamos aqui no site sobre os benefícios do uso da Inteligência Artificial dentro de softwares como SOLIDWORKS e Autocad, que passaram a atuar de forma mais intuitiva graças à nova tecnologia. Porém, lamentavelmente, também vemos profissionais pulando etapas de concepção de projetos ao permitir que a inteligência atue na fase mais criativa, o planejamento. E isso não é nada bom!
As preocupações com o futuro da IA
O mundo continua bastante atrasado no debate sobre as redes sociais. Vários países, como o Brasil, até consideraram criar regulamentações, mas pouco saiu do papel - e, aliás, será que é possível regular uma tecnologia tão poderosa? E os especialistas estão preocupados em como as coisas estão sendo conduzidas, sobretudo com a utilização das IAs para a geração de deepfakes. Uma pergunta, por exemplo, é o que aconteceria com os direitos de imagens digitais dos atores após sua morte.
Aliás, os próprios atores já temem que as empresas usem um dia suas cópias digitais indiscriminadamente para criar filmes futuros, sem pedir permissão e sem sua participação direta. Então, como ficariam os direitos de imagem e propriedade intelectual? E quem pode garantir que isso não vá acontecer com projetos de engenharia e arquitetura? Em plataformas compartilhadas, acessadas na nuvem, esses trabalhos sempre serão mercadorias digitais. As consequências? Para começar, a diminuição das oportunidades de trabalho na indústria.
Ferramenta criativa ou ameaça ao trabalho humano
Alguns críticos de Inteligência Artificial questionam se todos esses novos trabalhos gerados com a ajuda da tecnologia podem se voltar contra nós e acabar com o papel dos humanos no mercado. Fato é que tem quem diga que as IAs e as máquinas são uma ameaça, sim, reduzindo a necessidade de se manter equipes técnicas em vários setores. Outros já pensam o contrário, entendendo que a IA pode ser um apoio ao seu exercício profissional, sem substituir principalmente processos criativos. Qual a sua opinião?
A saber, em entrevista recente, Hanks disse não se sentir ameaçado pela Inteligência Artificial e que a ferramenta deve permitir que os cineastas explorem novas formas de contar histórias, sem comprometer a autenticidade da atuação dos atores. Bom, de fato, é bem provável que, depois do filme “Aqui”, nunca mais as histórias serão contadas da mesma forma no cinema!
Possíveis direções futuras
- Aprimoramento de narrativas: Com o uso contínuo da IA e supercomputação, cineastas poderão explorar narrativas mais complexas que envolvem saltos temporais sem as limitações atuais.
- Novas formas de interpretação: A possibilidade de interpretar personagens em diferentes idades pode abrir novas oportunidades para atores veteranos continuarem suas carreiras.
De todo modo, à medida que essa tecnologia se tornar mais prevalente, as discussões sobre ética e direitos autorais precisam evoluir para acompanhar as mudanças na indústria.
Veja Também: Indiana Jones 5: Nova Era da IA Generativa
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Eduardo Mikail
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