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Engenharia Civil

Por que escolher cimentos e argamassas biodegradáveis para uma construção mais sustentável?


A indústria da construção civil é, infelizmente, um dos segmentos de mercado que mais contribuem hoje para o aumento do aquecimento global, sobretudo com a emissão de gases poluentes. Mas os pesquisadores vêm trabalhando para encontrar alternativas para a realização de obras de Engenharia e Arquitetura com produtos mais ecológicos, principalmente biodegradáveis. Um exemplo seriam os novos tipos de cimento e argamassa, que dispensam metais pesados na sua fabricação. Saiba mais a seguir!

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Como diminuir o uso do cimento na construção civil?

Elisangela Fedwyczyk é bióloga. Ela é a criadora da empresa ArgaPower, que trabalha com produtos não poluentes e alternativos aos materiais tradicionais para a construção civil. Seu objetivo era contribuir para a diminuição, na indústria da da Engenharia e Arquitetura, do uso do cimento comum, bastante prejudicial ao meio ambiente devido aos seus componentes químicos. E a sua proposta é a utilização de matérias-primas não poluentes e biodegradáveis, sem encarecer os trabalhos.

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Quais os impactos ambientais do uso cimento a longo prazo?

Elisangela tirou sua inspiração para a criação da ArgaPower do tempo em que trabalhou em uma loja de material de construção, em 2009. Conhecendo melhor como funcionava o mercado da construção civil, ficou interessada em cursar biologia, visando entender quais os impactos ambientais do uso cimento a longo prazo. São eles:

  1. Emissão de gases de efeito estufa: A produção de cimento é responsável por uma grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa, incluindo dióxido de carbono (CO2), que contribui significativamente para o aquecimento global.
  2. Consumo de energia: A produção de cimento é intensiva em energia, o que leva a emissões adicionais de gases de efeito estufa e ao uso excessivo de fontes não renováveis de energia.
  3. Escassez de recursos naturais: A produção de cimento requer matérias-primas, como calcário, argila e areia, recursos finitos e podem ser esgotados a longo prazo.
  4. Degradação do solo: A mineração de matérias-primas para a produção de cimento pode levar à degradação do solo, incluindo erosão, poluição por minerais tóxicos e perda de biodiversidade.
  5. Contaminação da água: A produção de cimento pode contaminar a água com resíduos tóxicos, incluindo sais, metais pesados e outros contaminantes químicos.
  6. Perda de habitat: A mineração de matérias-primas para a produção de cimento pode levar à destruição de habitats e à perda de espécies animais e vegetais.
  7. Resíduos tóxicos: A produção de cimento gera resíduos tóxicos, incluindo pó de cimento, que podem ser perigosos para a saúde humana e ambiental se não forem gerenciados corretamente.
  8. Alteração do clima: A emissão de gases de efeito estufa resultante da produção de cimento pode afetar o clima, causando mudanças no padrão de chuvas, aumento da temperatura global e outros impactos negativos.
  9. Perda de paisagem: A construção de grandes projetos de cimento pode alterar a paisagem natural, danificar a beleza natural e interferir na qualidade de vida de humanos e animais.
  10. Poluição sonora: A produção de cimento e a construção com uso de cimento podem causar poluição sonora, prejudicando a qualidade de vida das comunidades próximas.
  11. Impacto social: A produção e uso excessivo de cimento pode ter impactos sociais negativos, incluindo deslocamento de comunidades inteiras, conflitos territoriais e disputas por recursos naturais.

Em geral, a produção e o uso excessivo de cimento podem ter impactos graves no ambiente e na sociedade a longo prazo. É importante adotar práticas sustentáveis na produção e uso de cimento, e considerar alternativas mais sustentáveis em projetos de construção.

Veja Também: Engenharia Verde: conheça as próximas tendências [por um futuro mais tecnológico e ecológico]

Quais as perspectivas de construção sustentáveis no Brasil?

Com mais maturidade, a bióloga em formação buscou recursos e abriu a sua própria construtora - precisando superar a dificuldade de manter o negócio no formato de trabalho remoto, por conta da pandemia. Neste curto período, porém, o mercado brasileiro mudou e cresceu o interesse de investidores por produtos mais sustentáveis. Foi o intervalo que Elisangela precisava também para terminar sua graduação e ingressar numa faculdade de química, para adquirir mais conhecimento na fabricação de produtos.

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Um dos impedimentos para a expansão de negócios como o da ArgaPower no Brasil parece ser, em primeiro lugar, o custo alto dos fretes. Mas especialistas de mercado apontam outras barreiras que aumentam o desafio disso em meio à alta competitividade:

  1. Falta de regulamentação: A falta de regulamentação clara e uniforme para a construção sustentável no Brasil pode ser um obstáculo para a sua expansão, pois faltam incentivos e diretrizes claras para empresas e indivíduos adotarem práticas sustentáveis.
  2. Falta de conhecimento: A falta de conhecimento sobre construção sustentável e tecnologias alternativas entre profissionais da construção, proprietários de imóveis e consumidores em geral pode ser um obstáculo para a sua adoção em larga escala.
  3. Custo elevado: A adoção de tecnologias e práticas sustentáveis na construção pode ser mais cara do que as práticas convencionais, o que pode ser um obstáculo para sua expansão, especialmente em projetos de baixo orçamento.
  4. Falta de infraestrutura: A falta de infraestrutura adequada para suportar tecnologias sustentáveis na construção, como energia renovável e sistemas de gestão de água, pode ser um obstáculo para sua adoção em larga escala.
  5. Mentalidade conservadora: Uma mentalidade conservadora e uma cultura que valoriza soluções rápidas e baratas ao invés de soluções sustentáveis e duráveis pode ser um obstáculo para a expansão da construção sustentável no Brasil.
  6. Falta de investimento: A falta de investimento em tecnologias e soluções sustentáveis na construção pode limitar a sua expansão, especialmente em projetos de grande escala.

Em geral, a expansão da construção sustentável no Brasil enfrenta vários obstáculos, incluindo falta de regulamentação, falta de conhecimento, custo elevado e falta de investimento. Para superar esses desafios, é importante aumentar a conscientização e o conhecimento sobre a importância da construção sustentável, bem como investir em tecnologias e soluções sustentáveis. Além disso, é importante criar regulamentações claras e incentivos para empresas e indivíduos adotarem práticas sustentáveis, e fortalecer a infraestrutura necessária para suportar tecnologias sustentáveis na construção.

Olhando para 2023, apesar de um ambiente de negócios ainda muito "frio", as expectativas de construção sustentável no Brasil são mais positivas. Parece que muitas das mudanças ocorrem por conta da expansão de marcas como a ArgaPower nas redes sociais.

Veja Também: Produtos ecológicos x produtos sustentáveis: quais as diferenças entre os dois?

Qual o potencial dos novos tipos de cimentos e argamassas?

Elisangela Fedwyczyk afirma que certos materiais, como a argamassa produzida pela empresa ArgaPower, ainda não podem substituir inteiramente o cimento comum. Eles, além de mais caros, não seriam bons, por exemplo, para serviços que demandam camadas grossas de rejunte, porque demoram a secar. Mas ela promete que não perdem em qualidade, isso porque a companhia utiliza liga de titânio na composição de suas argamassas.

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Este novo material, mais amigo do meio ambiente, pode ser usado em para assentamento de blocos, tijolos, azulejos e reboco. No processo, precisa-se de menos material para "colar" os tijolos, já que a massa tem um preparo simplificado, sem precisar de areia nem água para misturar o rejunte.

Claro que um cimento feito de matérias-primas renováveis, com aditivos biodegradáveis que aceleram o processo de decomposição, ainda estão em sua fase inicial de uso na Engenharia e Arquitetura e há desafios a serem superados. Mas vale a pena, sendo uma solução promissora para uma construção mais sustentável. Seu potencial deve ser explorado e desenvolvido em larga escala. Em destaque, abrindo oportunidades econômicas, incluindo a criação de novos empregos e o aumento da eficiência energética.

Veja Também: Como funciona o concreto autocurativo?


Fontes: Poder360.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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