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Cientistas propõem cofre lunar para preservar a vida em caso de apocalipse

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por Redação 360
| 11/09/2024 5 min
Imagem gerada em IA de Freepik

Cientistas propõem cofre lunar para preservar a vida em caso de apocalipse

por Redação 360 | 11/09/2024
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Será que estamos perto do fim do mundo? Bem, no mês de setembro de 2024, o Brasil ficou totalmente encoberto pelas fumaças dos incêndios e queimadas. Acordamos por vários dias com o céu cinza-alaranjado por conta da poluição - seria esta a cor da morte? Isso é um cartaz escancarado de que algo está errado no planeta. Sofremos, sim, com a combinação de ações humanas errôneas e mudanças climáticas. Por isso, os cientistas propõem criar um cofre lunar ou um bunker do apocalipse. Mas por qual objetivo?

Então, esses incêndios e queimadas já estão nos colocando em uma crise ambiental, onde ocorre a perda da nossa biodiversidade. Um cofre lunar poderia, então, proteger amostras genéticas das espécies ameaçadas na Terra. Estamos falando num refúgio cósmico para a vida! Saiba mais sobre isto no artigo a seguir, do Engenharia 360!

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ciência - cofre lunar
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A proposta do biorrepositório lunar

Em 2008, a Noruega inaugurou o chamado Silo Global de Sementes de Svalbard, também conhecido como 'O Cofre do Apocalipse'. Esta estrutura foi especialmente projetada para proteger milhões de sementes contra desastres naturais e impactos climáticos severos. O problema é que o aquecimento global extremo previsto para os próximos anos e décadas deve comprometer a segurança dessa engenharia. E como esta temos outras 1.700 estruturas de bancos genéticos pelo mundo.

A saber, em 2017, o Silo de Svalbard sofreu uma inundação devido ao degelo do permafrost ártico, o que só deixou mais clara a vulnerabilidade desses repositórios terrestres.

Foi pensando nisso que cientistas de Harvard e do Instituto Smithsonian começaram a pensar em soluções mais robustas. Um artigo publicado na revista BioScience destaca a ideia de se construir uma espécie de Arca de Noé moderna ou biorrepositório fora da Terra, pensando em uma possível catástrofe global. O cofre lunar armazenaria células vivas, sementes, esporos, espermatozoides e óvulos de milhões de espécies, prontas para serem clonadas e reintroduzidas no planeta em caso de extinção em massa.

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Os pesquisadores propõem que esse cofre lunar seja montado dentro da rede de antigos tubos de lava esculpidos descobertos em 2013. Eles têm cerca de 100 metros de diâmetro, fornecendo as condições perfeitas contra radiação solar, variações de temperatura e micrometeoritos.

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Desafios da engenharia

Do ponto de vista técnico, a proposta de construção de um cofre lunar esbarra em alguns problemas. Antes de tudo, é preciso avançar nas tecnologias de criogênica e robótica. As baixas temperaturas podem causar problemas de congelamento e soldagem em peças metálicas, e ainda não se sabe como a falta de gravidade afetaria as amostras preservadas. Sem contar as complexidades de logística e questões geopolíticas cruciais. Se já não há cooperação internacional aqui, na Terra, que se dirá na Lua, não é mesmo?

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O funcionamento do cofre lunar

A ideia dos cientistas é que, frequentemente, à medida que voltemos para a Lua no futuro, levemos junto um conjunto de amostras da maioria das espécies terrestres. O foco seria em animais mais ameaçados, como mamíferos, aves, répteis, anfíbios e invertebrados. Depois, gradualmente, o número de amostras seria expandido, incluindo produtos primários (plantas e algas), polinizadores, "engenheiros" da paisagem (como cupins), parentes selvagens de espécies domesticadas, organismos extremófilos e peixes de águas frias e temperadas.

Vale destacar que, em princípio, se pensou em criopreservadas essas amostras do cofre lunar por meio dos foguetes já saídos da Terra. Assim, seria preciso cerca de 250 lançamentos para transformar aproximadamente 50 amostras de cada uma das 6,7 milhões de espécies estimadas. Já no satélite natural, elas seriam armazenadas em módulos, acessados por um elevador que partiria de uma base estratégica. E estes módulos por sua vez seriam alimentados por painéis solares, servindo também de centro de comando e controle para o cofre.

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Por que a Lua é o local mais favorável

É interessante pensar na Lua como um bom local para a construção de um biorrepositório da vida na Terra, por se tratar justamente de um ambiente naturalmente hostil à vida. Porém, suas características, como ausência de atmosfera e as temperaturas extremamente baixas, especialmente em crateras polares permanentemente sombreadas, oferecem as condições perfeitas para essa preservação em criogenia.

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A saber, em regiões polares lunares, por exemplo, as temperaturas chegam a - 200 °C. Então, se o cofre lunar fosse construído nesses pontos do satélite natural, não haveria necessidade de energia elétrica para manter as amostras congeladas. Lembrando que a geração e armazenamento de energia na Lua são um desafio que ainda precisa ser superado pelos cientistas.

Outras opções antes do cofre lunar

Os debates sobre a viabilidade para a construção do cofre lunar estão em andamento. Porém, os pesquisadores vêm explorando outros horizontes, refletindo sobre a ética da bioengenharia e o papel da humanidade na proteção do legado biológico do planeta.

Muitos cientistas defendem que, antes disso, precisamos investir em mais soluções sustentáveis, como combater as desigualdades sociais e proteger os ecossistemas terrestres - deixando a solução do cofre lunar, então, para um plano B. Afinal, não podemos perder de vista o principal: cuidar do único lar que conhecemos!

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Veja Também: Cientistas desenvolvem Técnica de Pavimentação da Lua


Fontes: VEJA.

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