Engenharia 360

CEO e COO: entenda a diferença entre esses grandes cargos

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por Kamila Jessie
| 18/02/2020 4 min

CEO e COO: entenda a diferença entre esses grandes cargos

por Kamila Jessie | 18/02/2020
Engenharia 360

Provavelmente, você não encontrará isso na descrição formal do cargo, mas um dos principais requisitos para o CEO (ou diretor executivo, que ninguém escreve na bio do Instagram) é que tenha carisma, autoridade e conforto para lidar com o público. Afinal, CEOs concentram boa parte do seu tempo com clientes e grandes audiências, o que exige que a carga operacional de trabalho seja direcionada para outra figura: o COO, ou diretor de operações.

Seja em entrevistas de campo na TV, em conferências do setor ou em viagens pelo mundo para se encontrar com funcionários e promover novos produtos, o CEO do século XXI precisa ser um comunicador, não apenas um gerente de uma organização. Melhor ainda, se o CEO for um verdadeiro visionário, dada a grande influência que essas figuras trazem até para a população mediana. A gente não nega ter o falecido Steve Jobs e sua oratória excelente como pôster-boy, ou então o Elon Musk, da Tesla Motors e SpaceX como alguém extremamente inspirador, por mais que ele pareça querer dominar o mundo (ou outros mundos).

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Jeff Bezos, CEO da Amazon. Engenharia 360.
Jeff Bezos, CEO da Amazon. Foto: Getty Images.

No entanto, essa ênfase recente em
dominar as conversas públicas e fazer espetáculos em press releases torna cada
vez mais desafiador os CEOs tenderem para a outra parte do seu trabalho:
fornecer o tipo de liderança e direção internas necessárias para as empresas
atingirem as metas ambiciosas que esses diretores executivos figurões gastam
tanto tempo discutindo e promovendo.

Chama o COO!

Devido a essa dinâmica corporativa cada
vez mais comum, as empresas precisam confiar mais em outros executivos para
construir as bases, estruturas e processos necessários para que uma organização
seja bem-sucedida. E grande parte dessa responsabilidade agora está nas mãos do
COO, o diretor de operações, que acaba não ficando tão popular quanto um CEO,
mas que desempenha um papel igualmente importante.

A evolução do papel de COO é caracterizada pelo crescente destaque e influência de COOs como Sheryl Sandberg do Facebook, Joe Ianniello da CBS (agora CEO da empresa) e Rosalind Brewer da Starbucks.

Sheryl Sandberg COO Facebook
Sheryl Sandberg, COO Facebook. Foto: Alliance for DLD.

O papel do COO vem se
moldando em função da necessidade, o que significa que a mudança de
responsabilidades também está se tornando cada vez menos uma opção para a
maioria das empresas. O entendimento de que COOs eficazes e bem treinados são
necessários em todas as fases do crescimento de uma empresa agora significa que
conselhos de administração e empreendimentos de risco (especialmente os do Vale
do Silício) estão recrutando COOs mais cedo, inclusive durante a fase de
fundação de uma empresa.

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Essa mesma crença está
levando as empresas a focar mais atenção na importância de associar os CEOs aos
COOs de solução de problemas que podem apoiar uma cultura de inovação,
agilidade e adaptação. Vamos ser justos: é algo bastante aplicável no cenário
da engenharia.

Game of thrones do rosto
da empresa

O título COO compreende
um papel mais complexo e exigente do que nunca. As tendências emergentes do
setor e a mudança de responsabilidades também o tornam incrivelmente ambíguo.
Em algumas organizações, o COO ainda pode ser encarregado do papel tradicional
de lidar exclusivamente com todas as funções administrativas, enquanto outros o
consideram um campo de prova para possíveis CEOs. Eis a necessidade de separar
essas atribuições.

Vale citar que as empresas podem procurar um COO para um cargo consultivo ocupado por um executivo experiente, capaz de fornecer orientação a um jovem CEO. Sandberg, por exemplo, desempenhou um papel crítico no Facebook, apoiando o CEO Mark Zuckerberg.

Mas a falta de uma
definição clara do papel e das responsabilidades exatas do título é
precisamente o motivo pelo qual alguns COOs lidam com tudo, desde recursos
humanos e finanças a marketing, enquanto outros se concentram mais na
supervisão da logística da cadeia de suprimentos e na estratégia de produtos.

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No entanto, toda essa
mutabilidade e dinamismo em torno do papel do COO não deve ocultar uma questão:
o papel do COO é fundamental, mesmo que não necessariamente apareça para
câmeras e eventos de lançamento.

Chefes de tudo um pouco

Simplificando, hoje os
COOs devem ser capazes de lidar com todas as responsabilidades operacionais
tradicionais enquanto lideram significativamente as iniciativas estratégicas
mais importantes de uma empresa.

Obviamente, esse não é
um mandato fácil de cumprir. E os líderes da empresa precisam pensar
profundamente sobre como equipar melhor seus COOs com as ferramentas, a
mentalidade e as habilidades que os ajudarão a serem simultaneamente ágeis e
fundamentados o suficiente para ter sucesso.

De fato, argumentamos
que os COOs estão em uma posição única para alcançar esses objetivos
precisamente porque ficou tão claro que as operações e a inovação estão tão
intimamente ligadas. E no caso de um CEO, se você é o rosto de uma empresa,
precisa saber como ela funciona. Pelo menos no futuro próximo, o papel do COO
será definido pela capacidade de se adaptar e liderar através de transições e
mudanças imprevisíveis, enquanto o CEO tem de anuncia-las.

Fonte: Fairy God Boss. Quartz.

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Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

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