Engenharia 360

O que é o concreto celular?

Engenharia 360
por Simone Tagliani
| 07/07/2017 | Atualizado em 07/12/2023 4 min

O que é o concreto celular?

por Simone Tagliani | 07/07/2017 | Atualizado em 07/12/2023
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Na década de 1920, o arquiteto Johan Axel Eriksson aperfeiçoou um tipo de concreto leve, composto de cimento, água e agregados convencionais, como brita e areia. Essa pasta era diferente dos materiais, então, existentes. Em seu processo de fabricação, pequenas bolhas de ar eram incorporadas à mistura, formando uma espécie de massa espumosa - que foi chamada, anos depois, de concreto celular.

O que é o concreto celular?
(imagem extraídas de AEC Web)

Empregabilidade do material

No Brasil, o concreto celular ainda é pouco difundido. Mas, lentamente, ele vem ganhando mais destaque no mercado da construção civil. A maior inspiração tem sido os asiáticos, que já utilizam bastante esse material na produção de habitações. Peças em formato de blocos, por exemplo – que podem ser até ser fabricadas no canteiro de obras, pelos próprios operários – também podem ser empregadas em instalações comerciais e de serviços. Elas são indicadas para vários fins, como enchimento de pisos, isolamento de lajes de coberturas, rebaixamentos, caixas de escadas, paredes corta-fogo e outros.

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O que é o concreto celular?
(imagem extraídas de TEM Sustentável)

Processo de autoclavagem

Para que haja mais estabilidade química no concreto celular, o composto deve passar, antes, por um processo chamado de autoclavagem. Há apenas duas empresas no Brasil que realizam esse serviço. Trata-se de expor as peças a altíssimas temperaturas e pressão. Na massa, é misturado pó de alumínio, que reage ao vapor criando milhões de bolhas microscópicas de gás hidrogênio, se expandindo, como se fosse um fermento de pão.

O concreto celular autoclavado geralmente é pré-moldado. Ele é utilizado para fazer, principalmente, blocos estruturais, que têm capacidade de suportar os pesos que ocorrem na edificação – mas não devendo sofrer sobrecargas. É comum a fabricação de peças com dimensões de sessenta centímetros de largura, trinta de altura e de sete e meio a vinte de comprimento. Os formatos dos blocos são de canaleta, verga e contraverga. Mesmo assim, qualquer maciço pode ser facilmente cortado com serrote simples, como desejado. Assim é feita a passagem de instalações elétricas e hidráulicas, por exemplo.

concreto celular zoom
(imagem extraídas de Wikimedia)
bloco de concreto celular
(imagem extraídas de Anúncio de OLX)

Características do material

O concreto convencional costuma apresentar uma massa de 2300 kg/m³. Já o concreto celular tem medida que varia de 500 kg/m³ a 1800 kg/m³, isso com uma resistência à compressão de 25 MPa. Portanto, sua densidade é bem menor, gerando menos peso sobre a estrutura da edificação e reduzindo as dimensões das fundações. Em contrapartida, o tamanho de suas peças é maior, fazendo com que seu assentamento seja mais rápido e permitindo que se economize com mão-de-obra.

O concreto celular apresenta outros índices impressionantes. Primeiro, a baixa condutibilidade térmica. Segundo, a excelente resistência contra fogo, umidade, agentes químicos e fungos – sendo uma boa alternativa no lugar do dry-wall em áreas como banheiros e cozinhas, por exemplo. E, por último, seu ótimo desempenho acústico, absorvendo ondas sonoras incidentes de até 30Db – obtido com parede de espessura de dez centímetros.

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concreto celular em obra
(imagem extraídas de Wikipedia)

Vantagens e desvantagens

O concreto celular apresenta vantagens desde a sua fabricação, pois contamina bem menos o meio ambiente, em relação ao concreto convencional. Sua utilização também representa menos desperdícios. Não é preciso, por exemplo, isolamento adicional ou revestimentos de regularização de parede. Basta, apenas, a aplicação de pintura ou argamassa de assentamento, se o cliente desejar revestimentos cerâmicos em ambientes internos.

No geral, blocos de concreto celular se adaptam muito bem às estruturas convencionais, com elementos feitos em concreto armado, pré-moldado ou aço. E o fato das suas peças serem leves, devido principalmente à aeração interna, faz com que elas resistam mais facilmente a várias situações atípicas, como uma atividade sísmica, por exemplo. Mesmo assim, é possível que o concreto celular apresente certas patologias com o passar do tempo, como fissuras por retração. Uma maneira de suprir esses problemas seria empregar um tratamento impermeabilizante e ainda acrescentar um reforço estrutural.

concreto celular em obra
(imagem extraídas de Anúncio em Mercado Livre)

O vídeo abaixo faz uma demonstração de como é possível erguer uma parede em alvenaria de bloco de concreto celular:

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Fontes: Ecivilnet, Mapa da Obra.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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