O Engenharia 360 já comentou em artigos anteriores sobre a importância de aulas práticas e da infra-estrutura laboratorial das faculdades para preparar e desenvolver um bom profissional. Um exemplo recente disso são os alunos de engenharia mecânica e mecatrônica do Insper que, já no terceiro semestre, desenvolveram um motor V8 movido a vapor.
“Escolhemos essa peça porque ela cria uma empatia, pois está em nosso dia a dia. Mas, ao mesmo tempo, há uma complexidade de engenharia grande. No começo, os alunos ficaram com medo e acharam que não ia dar certo. Porém, logo viram que é só uma questão de achar a solução certa", disse o professor Alex Camilli Bottene.
+A dinâmica
Na dinâmica, uma empresa externa contrata a turma para construir o motor. Divididos em duas grandes equipes com integrantes de ambas as engenharias, cada grupo tinha um projeto base em mãos e podia fazer modificações para torná-lo mais barato e eficiente. Após cinco semanas de trabalhos intensos, os times tiveram o teste final: ligar e fazer o motor funcionar. Só que, muito mais do que mostrar a peça para o professor, eles tiveram que competir para ver qual possuía mais rotação.
Cada equipe tinha três tentativas para fazer o motor funcionar. Ganhava quem tivesse o maior número de rotações obtidas em uma única vez. Um grupo atingiu 1.821 e o outro, 1.483. O interessante é que os dois fizeram alterações diferentes para atingir o objetivo: uma turma reduziu o cursor do motor e a outra apostou na redução de peso.
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+Conciliando aprendizado e diversão
Para os alunos, o tempo construindo o motor ensinou bem mais do que qualquer aula poderia, pois permitiu ver o projeto como um todo e, com isso, economizar tempo. Isso porque ao invés de passar para uma etapa e esperar para aparecerem os problemas, eles conseguiam saber de antemão o que era viável ou não.
Além disso, havia o desafio de conciliar esse trabalho com as demais demandas e distribuir as tarefas entre os mais de 25 participantes envolvidos. Alguns chegaram a ficar até meia-noite na instituição.
Mesmo com tanto trabalho e dedicação, no fundo, a atividade foi uma grande diversão. “Minha maior satisfação foi ver o motor funcionando pela primeira vez. Montamos um protótipo com dois cilindros para testar, mas ele não rodava. Fizemos ajustes e conseguimos fazê-lo funcionar. Depois, fabricamos um V4 e V6 que deram certo. Só que chegamos no V8 e ele não rodava. Quando conseguimos que ele girasse, foi o momento mais feliz do projeto. Eu e mais três amigos até saímos gritando de felicidade”, lembra Eduardo Ferrari, aluno de engenharia mecânica no Insper.
Vale ressaltar que a nota do projeto leva em consideração não só o motor pronto, mas também um relatório que conta detalhadamente os custos e os ajustes feitos para fazer a peça mais eficiente para o mercado.
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+Aprendendo na prática
Quanto antes o estudante trabalhar com a prática, mais cedo ele vai se preparar e se aprimorar para o mercado. E ainda terá a chance de ver a área que quer seguir dentro da carreira. A engenharia tem muitos ramos. Por mais que se escolha a engenharia mecânica, por exemplo, existe a área térmica, de projeto, de manufatura. O aluno pode saber o que quer seguir baseado na experiência prática que ele teve durante a faculdade.
O mais interessante é que a ideia de fabricar o motor não é uma atividade fixa da disciplina. Todo semestre o desafio é diferente. “A ideia é nunca entrar em uma rotina de aulas e sempre sair da zona de conforto. Da primeira vez, os professores se reuniram para criar a proposta. Agora, nós convidamos os veteranos para pensarmos juntos em um novo desafio”, diz o professor. Sendo assim, a próxima turma do terceiro semestre não terá a mesma experiência. Resta saber qual ideia surgirá.
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